Por Hector WerlangRio de Janeiro Globoesporte.com
Falta um ano, é verdade, mas a oposição do Fluminense pensa
e age de olho no futuro. Não é de hoje que diferentes grupos debatem a situação
do clube e possíveis candidatos à eleição presidencial de 2016. E, no talvez
último capítulo desta articulação política, uma reunião selou a união de duas
figuras até pouco tempo divergentes: Deley e Celso Barros. A ideia, mesmo sem
um nome definido, é angariar forças para derrotar Mario Bittencourt, vice de
futebol, e provável candidato do atual presidente Peter Siemsen.
O encontro ocorreu, na segunda-feira à noite, na casa do
conselheiro Ney Brito. Além do anfitrião, as figuras de destaques foram Deley
Oliveira, deputado federal pelo PTB, e Celso Barros, presidente da Unimed, a
antiga patrocinadora do Tricolor. A dupla estava em lados opostos no último
pleito, em 2013, quando Celso ajudou Peter a ser reeleito em disputa com o
ex-jogador.
- Tivemos um encontro, no qual foi discutida a eleição e a
situação do clube. Não foi para definir candidatura de ninguém. Agora é hora de
debater o projeto que queremos construir. É tentar manter a oposição unida para
derrotar essas pessoas que constroem uma realidade caótica no Fluminense -
explicou o conselheiro Ademar Arrais, um dos principais críticos da atual
gestão, organizador do encontro.
RELEMBRE: POLITICA NO FLU: MÁRIO COMO VIDRAÇA, CELSO DE VOLTA E CAMPANHA ANTECIPADA
Outros nomes conhecidos na política tricolor estiveram
presentes: Sandro Lima, ex-vice de futebol, Diogo Bueno, filho de Julio Bueno, atual secretário de Fazenda do
Rio de Janeiro, com ambição de ser presidente, e André Horta, filho de Francisco
Horta, ex-presidente do Flu. Roberto Horcades, outro ex-mandatário, com ligação
estreia com Celso Barros, não foi convidado. O presidente da cooperativa de
médicos, aliás, foi incentivado a concorrer, mas repetiu o que havia dito em
recente entrevista ao GloboEsporte.com: irá esperar o cenário político tomar
forma para se decidir. Ele é visto como o candidato que melhor agradaria a
torcida - 24 mil associados poderão votar no pleito da segunda quinzena de
novembro.
Caso Celso decline, a oposição irá avaliar qual rumo tomar.
Conselheiros entendem que o prestígio político de Deley e de Julio Bueno é
importante, portanto, tornaria candidatura viável. Sempre há quem diga que "o
Fluminense precisa de gente assim" para ser mais respeitado. O polêmico fim da
parceria de 15 anos, porém, será usado para convencer o médico a concorrer -
mesmo que ele não tenha garantia de poder patrocinar o clube, afinal, a empresa
passa por reestruturação financeira.
Mas qual o projeto da oposição? Ao criticar o que chamou de "grave
situação financeira" e os contratos firmados com a Vitton e o Maracanã, Ademar Arrais disse que a oposição deseja apresentar uma
alternativa ao clube.
- Em que pese as dívidas equacionados, houve aumento
significativo das receitas, como de transmissão e da Adidas (fornecedora
de
material esportivo). Passamos a ter a ordinária do programa Sócio
Futebol. Houve
ainda a venda de jogadores. Mesmo assim, a direção apresentou orçamento
com
déficit de R$ 48 milhões para 2015. Não vai demorar muito para, como o
futebol
está sendo administrado, o valor subir. Muito. As finanças deveriam
estar em
outro patamar. Há aspectos absurdos acontecendo no futebol, que virou
palanque
eleitoral do FluSócio (maior grupo político de apoio a Peter) e do Mario
Bittencourt. Sem falar no contrato de comissionamento feito com a Vitton
e o do Maracanã, no qual passamos a pagar taxas nos jogos. Queremos
apresentar uma alternativa ao clube baseado em um projeto
a ser construído - completou Ademar.
Peter, por ora, não se manifestou quanto o futuro político.
Assim como Mario. Há um outro elemento que pode entrar na disputa: Pedro
Trengrouse, advogado especializado em direito desportivo e gestão do futebol,
consultor da Fifa e da Fundação Getúlio Vargas. Seria uma espécie de terceira
via. Porém, ter assessorado Márcio Braga, no Flamengo, pesa contra
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