A parceria Fluminense – Unimed
10/08/10
O Fluminense Football Club e a Unimed, maior empresa de plano de
saúde do Brasil, firmam uma parceria que já dura 11 anos. Essa
parceria é recheada de polêmicas e questionamentos sobre os benefícios
dessa para o clube. Maus exemplos foram dados, como questões de abuso
de poder e má escolha de prioridades, porém uma coisa é certa: Não dá
nem pra imaginar o que acarreteria o fim desse casamento.
No futebol, a Unimed patrocina 28 clubes Brasileiros. Do pequeno
Serrano, de Petrópolis, aos gigantes gaúchos, Inter e Grêmio. Em geral,
dá forte incentivo ao esporte olímpico. Em termos de negócio, são 15
milhões de clientes e 73 mil Empresas espalhadas por todo o País. Além
disso, está sempre presente patrocinando eventos beneficentes, como por
exemplo, a partida recentemente organizada pelo novo contratado do
Fluminense Deco, que contou com a presença de Lionel Messi.
O Fluminense Football Club é um gigante no futebol Brasileiro, tem
108 anos de história. Porém, suas últimas gestões têm sido “pequenas”.
Ainda assim é inegável o tamanho do clube e o poder de sua torcida, que
é reconhecidamente uma das mais apaixonadas do Brasil, quiçá do mundo.
Em 1998, o Fluminense nem identidade tinha. Era um clube desfacelado
e mergulhado em dívidas. Sem ter pra onde ir, literalmente. O time era
fraquíssimo, e tudo indicava um caminho semelhante ao que,
infelizmente, percorreu o América. Foi quando a Unimed iniciou sua
parceria com o Fluminense. O investimento era menor, claro, e nunca que
a Unimed ou o Fluminense imaginariam que a parceria chegasse na
situação que está hoje.
2 titulos cariocas (2002 e 2005) e a Copa do Brasil em 2007. Fora a
brilhante campanha na Libertadores em 2008. Esses são os feitos mais
importantes do Fluminense desde o início desse casamento. Nesse quesito,
principalmente devido a reestruturação promovida pela parceira, é inegável que o acordo findado inicialmente em 1998 foi benéfico para o clube.
Para a Unimed, a parceria é muito lucrativa, claro. A Unimed era a
terceira na categoria antes da parceria e do investimento no esporte,
em geral. Hoje é líder de mercado. Só a exposição na mídia já aumentou
significativamente o faturamento da Empresa.
Bom para os dois lados? Tudo certo? Infelizmente não. Tricolor, o
homem forte da Unimed, o Presidente Celso Barros acabou confundindo
algumas coisas. O patrocínio foi aumentando, o investimento se tornou
altíssimo, e “Celsão”, como é conhecido pela torcida, fez questão de
ter sua participação em questões relacionadas com o futebol
intensificada. O problema pra mim, todavia, é simples. O Presidente da
parceira investe, a diretoria faz besteira, como de usual, através de
um Presidente incapaz. Aí entra Celso Barros, com seu treinador (Renato
Gaúcho), e seus jogadores (Romário, por exemplo). Nesse ponto a Unimed
erra. O papel do patrocínio passa a ser um papel de gestão. Porém,
isso acontece pela inoperância dos verdadeiros gestores do clube. A
contratação de Muricy também se finda nessa idéia: O Fluminense queria o
Muricy? Óbvio que sim. Quem não quer o melhor treinador do Brasil?
Porém, por motivos ainda mais óbvios, não tinha condições de bancá-lo. E
quando que Muricy chegou ao Fluminense? Quando a Unimed quis.
Celso me parece também em momentos muito emotivo. O time vai mal, e
acaba dizendo alguma coisa ou outra que gera um desconforto. Como por
exemplo, uma má campanha no Brasileiro pode levar o Presidente a
“repensar” a parceira.. Frases que são rapidamente corrigidas em notas
oficiais publicadas pela Unimed logo depois. Falta de profissionalismo
sim. Porém, seres humanos serão seres humanos, Acontece. E a parceria
continua.
Anos atrás, a Unimed deixou de ser somente uma patrocinadora, que
investe com uma quantia mensal definida, e o clube se encarrega de
utilizar o montante. A Unimed hoje investe na matéria prima, nos
jogadores. Paga salários milionários a jogadores tarimbados, além de
auxiliar mensalmente, na folha salarial do elenco e de todos os
funcionários do clube. A polêmica aqui aparece mais uma vez, quando
jogadores da Unimed (Fred, Romário, Petkovic, e agora Deco) recebem em
dia e o restante do elenco tem, as vezes, seus vencimentos atrasados.
Certo não é. Porém, a falha é do clube, não do patrocinador. Não
concordo também com os salários altíssimos, mas isso é uma praga do
futebol, que paga rios de dinheiro aos jogadores. Enquanto isso,
professores lutam pra sobreviver com merrecas (discussão não cabível no
momento).
A Unimed é uma Empresa, e das grandes. Quer ainda mais poder, ainda
mais dinheiro. Regra básica Capitalista. E como consegue isso, através
de uma parceria com um tradicional clube de Futebol? Através de
exposição. E como aumentar essa exposição? Com títulos, campanhas
épicas e anos de glórias. A Unimed nao quer “sugar” o Fluminense. Pra
mim seu objetivo é bem claro, o problema é a maneira como é conduzida a
parceria.
A parceria entre Fluminense e Unimed é de dar inveja sim a vários
outros clubes Brasileiros. Uma parceria chegando a 12 anos não é
qualquer coisa. Se dura esse tempo todo, é porque deu certo. A Unimed
investe porque quer, e com o montante que quiser. O Fluminense é
enorme, não acaba nunca! É maior que tudo, inclusive que a parceria.
Portanto, pra mim, a parceria é, de maneira geral, benéfica ao clube.
Com um Presidente atuante, defensor ferrenho dos direitos do Clube,
creio que é possível sim adequar a parceria de forma a torná-la mais
“saudável” para os 2 lados.
No mais, que a “Flunimed”, apelido carinhoso cunhado por rivais
(lê-se invejosos) perdure por muito tempo, porém que se adeque a moldes
mais saudáveis.
Saudações Tricolores!
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