quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A parceria do Fluminense FC com a UNIMED 1998

A parceria Fluminense – Unimed

por Ricardo Gioia  Canelada F.B
10/08/10
O Fluminense Football Club e a Unimed, maior empresa de plano de saúde do Brasil, firmam uma parceria que já dura 11 anos. Essa parceria é recheada de polêmicas e questionamentos sobre os benefícios dessa para o clube. Maus exemplos foram dados, como questões de abuso de poder e má escolha de prioridades, porém uma coisa é certa: Não dá nem pra imaginar o que acarreteria o fim desse casamento.
No futebol, a Unimed patrocina 28 clubes Brasileiros. Do pequeno Serrano, de Petrópolis, aos gigantes gaúchos, Inter e Grêmio. Em geral, dá forte incentivo ao esporte olímpico. Em termos de negócio, são 15 milhões de clientes e 73 mil Empresas espalhadas por todo o País. Além disso, está sempre presente patrocinando eventos beneficentes, como por exemplo, a partida recentemente organizada pelo novo contratado do Fluminense Deco, que contou com a presença de Lionel Messi.
O Fluminense Football Club é um gigante no futebol Brasileiro, tem 108 anos de história. Porém, suas últimas gestões têm sido “pequenas”. Ainda assim é inegável o tamanho do clube e o poder de sua torcida, que é reconhecidamente uma das mais apaixonadas do Brasil, quiçá do mundo.
Em 1998, o Fluminense nem identidade tinha. Era um clube desfacelado e mergulhado em dívidas. Sem ter pra onde ir, literalmente. O time era fraquíssimo, e tudo indicava um caminho semelhante ao que, infelizmente, percorreu o América. Foi quando a Unimed iniciou sua parceria com o Fluminense. O investimento era menor, claro, e nunca que a Unimed ou o Fluminense imaginariam que a parceria chegasse na situação que está hoje.
2 titulos cariocas (2002 e 2005) e a Copa do Brasil em 2007. Fora a brilhante campanha na Libertadores em 2008. Esses são os feitos mais importantes do Fluminense desde o início desse casamento. Nesse quesito, principalmente devido a reestruturação promovida pela parceira, é inegável que o acordo findado inicialmente em 1998 foi benéfico para o clube.
Para a Unimed, a parceria é muito lucrativa, claro. A Unimed era a terceira na categoria antes da parceria e do investimento no esporte, em geral. Hoje é líder de mercado. Só a exposição na mídia já aumentou significativamente o faturamento da Empresa.
Bom para os dois lados? Tudo certo? Infelizmente não. Tricolor, o homem forte da Unimed, o Presidente Celso Barros acabou confundindo algumas coisas. O patrocínio foi aumentando, o investimento se tornou altíssimo, e “Celsão”, como é conhecido pela torcida, fez questão de ter sua participação em questões relacionadas com o futebol intensificada. O problema pra mim, todavia, é simples. O Presidente da parceira investe, a diretoria faz besteira, como de usual, através de um Presidente incapaz. Aí entra Celso Barros, com seu treinador (Renato Gaúcho), e seus jogadores (Romário, por exemplo). Nesse ponto a Unimed erra. O papel do patrocínio passa a ser um papel de gestão. Porém, isso acontece pela inoperância dos verdadeiros gestores do clube.  A contratação de Muricy também se finda nessa idéia: O Fluminense queria o Muricy? Óbvio que sim. Quem não quer o melhor treinador do Brasil? Porém, por motivos ainda mais óbvios, não tinha condições de bancá-lo. E quando que Muricy chegou ao Fluminense? Quando a Unimed quis.
Celso me parece também em momentos muito emotivo. O time vai mal, e acaba dizendo alguma coisa ou outra que gera um desconforto. Como por exemplo, uma má campanha no Brasileiro pode levar o Presidente a “repensar” a parceira.. Frases que são rapidamente corrigidas em notas oficiais publicadas pela Unimed logo depois. Falta de profissionalismo sim. Porém, seres humanos serão seres humanos, Acontece. E a parceria continua.
Anos atrás, a Unimed deixou de ser somente uma patrocinadora, que investe com uma quantia mensal definida, e o clube se encarrega de utilizar o montante. A Unimed hoje investe na matéria prima, nos jogadores. Paga salários milionários a jogadores tarimbados, além de auxiliar mensalmente, na folha salarial do elenco e de todos os funcionários do clube. A polêmica aqui aparece mais uma vez, quando jogadores da Unimed (Fred, Romário, Petkovic, e agora Deco) recebem em dia e o restante do elenco tem, as vezes, seus vencimentos atrasados. Certo não é. Porém, a falha é do clube, não do patrocinador. Não concordo também com os salários altíssimos, mas isso é uma praga do futebol, que paga rios de dinheiro aos jogadores. Enquanto isso, professores lutam pra sobreviver com merrecas (discussão não cabível no momento).
A Unimed é uma Empresa, e das grandes. Quer ainda mais poder, ainda mais dinheiro. Regra básica Capitalista. E como consegue isso, através de uma parceria com um tradicional clube de Futebol? Através de exposição. E como aumentar essa exposição? Com títulos, campanhas épicas e anos de glórias. A Unimed nao quer “sugar” o Fluminense. Pra mim seu objetivo é bem claro, o problema é a maneira como é conduzida a parceria.
A parceria entre Fluminense e Unimed é de dar inveja sim a vários outros clubes Brasileiros. Uma parceria chegando a 12 anos não é qualquer coisa. Se dura esse tempo todo, é porque deu certo. A Unimed investe porque quer, e com o montante que quiser. O Fluminense é enorme, não acaba nunca! É maior que tudo, inclusive que a parceria. Portanto, pra mim, a parceria é, de maneira geral, benéfica ao clube. Com um Presidente atuante, defensor ferrenho dos direitos do Clube, creio que é possível sim adequar a parceria de forma a torná-la mais “saudável” para os 2 lados.
No mais, que a “Flunimed”, apelido carinhoso cunhado por rivais (lê-se invejosos) perdure por muito tempo, porém que se adeque a moldes mais saudáveis.
Saudações Tricolores!

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