Grupo explicou as dificuldades e se defendeu das críticas
Fonte: NETFLU 03/12/2018
O ano do Fluminense foi conturbado dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, apesar de ter alcançado a semifinal da Copa Sul-Americana, o Tricolor quase foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro e escapou apenas na última rodada. Já fora dos gramados, as dificuldades financeiras foram o ‘calcanhar de Aquiles’ da gestão de Pedro Abad, que encara um processo de impeachment movido pela oposição.
Fonte: NETFLU 03/12/2018
O ano do Fluminense foi conturbado dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, apesar de ter alcançado a semifinal da Copa Sul-Americana, o Tricolor quase foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro e escapou apenas na última rodada. Já fora dos gramados, as dificuldades financeiras foram o ‘calcanhar de Aquiles’ da gestão de Pedro Abad, que encara um processo de impeachment movido pela oposição.
Após o término da
temporada, a Flusócio, grupo político que apoia a gestão do presidente
Pedro Abad, fez um balanço de 2018 em seu site oficial. Na publicação,
explicou as dificuldades financeiras que afetaram o Fluminense e se
defendeu das críticas, além de afirmar que a oposição levou o ódio para a
arquibancada.
Confira a publicação:
“Numa era em que
espalhar leviandades e fake news se tornou algo comum, a irracionalidade
e o ódio propagado por uma oposição interna apenas destrutiva
infelizmente se alastrou para a arquibancada, tornando-se algo dominante
em nossa torcida. Como a desinformação é rotina e os resultados no
futebol não estão à altura do Fluminense por conta das circunstâncias
financeiras que limitam o investimento, então a beligerância ganha
corpo.
Mas o ano foi de
dificuldades institucionais imensas – muitas criadas por fatores
externos totalmente alheios a essa ou qualquer outra diretoria. Dentre
as quais podemos citar:
1) O bloqueio de 15% de
todas as receitas do clube em 2018, determinado pela Procuradoria da
Fazenda Nacional (PGFN). Esta soma já superou R$ 30 milhões do orçamento
previsto para este ano (lembrem-se que ficamos o ano todo brigando pra
não chegar a 3 meses de atraso com esse elenco que hoje custa R$ 3,5
milhões, então esse valor representa quase um ano de pagamento em dia a
todos os jogadores).
Tal bloqueio é
referente à multa aplicada pela PGFN por conta do imbróglio de 2013,
pois o Flu deu entrada no dinheiro da venda de Wellington Nem para o
Shaktar Donetsk. A PGFN entende que o clube descumpriu uma ordem
judicial que bloqueava todas as entradas de receita (cotas de TV,
bilheteria, etc), mas o Fluminense alega que esta entrada específica não
estava bloqueada, tanto foi assim que o dinheiro seguiu seu fluxo
normal vindo do exterior até a conta do clube. É um assunto que ainda
está sendo discutido judicialmente, mas pouca gente se dá conta que a
quantia em 2013 foi essencial para que o clube não tivesse fechado as
portas, por exemplo perdendo todos os jogadores na Justiça.
Além disso, o bloqueio
de 2013 só aconteceu por conta do não pagamento de impostos e das
parcelas do Timemania dentre os anos de 2007 e 2010, durante toda a
gestão Horcades.
Ainda vale destacar que
essa foi uma ação totalmente inesperada da PGFN, dado que nas vendas de
Kennedy (2015), Gerson (2015) e Richarlisson (2017), não foi tomada
qualquer atitude de penhorar receitas do clube por conta de problemas
fiscais.
2) A infelicidade de
jogador e clube na grave lesão no joelho do atacante Pedro, em agosto,
logo após sua convocação para seleção brasileira e nas vésperas da
última semana da janela de transferências. Na época, o atacante era
pretendido por diversos clubes europeus ,
que disputavam sua contratação e faziam o valor da provável negociação
subir. O Flu negociava a venda do seu principal atleta, mas com a
manutenção dele no Brasil por mais algum período. Com a lesão, o Flu ao
mesmo tempo ficou sem o jogador em campo e sem a alta receita
extraordinária que faria a ano financeiro terminar de maneira tranquila.
Vale lembrar que naquele momento o Pedro já tinha sido artilheiro do
Carioca, era o artilheiro do Brasileirão com folga e ia jogar pela
seleção com perspectiva de ser até o centroavante na Copa América em
2019. A título de exemplo, se o Fluminense ficasse com valor líquido de
10 milhões de euros nessa negociação (lembrando que o Fluminense tem 50%
dos direitos econômicos), seriam mais de R$ 40 milhões para o clube em
2018. Importante perceber como teria sido diferente o 2o semestre com
esse elenco que custa cerca de R$ 3,5 milhões por mês.
3) A partir da não
venda de um atleta na janela de agosto/2018, obviamente as dificuldades
financeiras se acentuaram. Soluções alternativas foram adotadas, como
negociar o atleta João Pedro, do Sub17. Nenhuma diretoria toma este tipo
de atitude sem angústia, pois o jogador é uma grande promessa das
divisões de base e nem jogou ainda no time principal do Flu, ou seja, no
futuro pode valer muito mais. A negociação de um acordo com o
Palmeiras no caso Scarpa também ajudou a pagar duas folhas de pessoal, bem como a venda do atleta Douglas para
o Corinthians, que bancou outra. Infelizmente a não venda do Pedro
colocou o Fluminense numa situação de dificuldade para fazer essas
negociações, mas o risco de não concluí-las significava chegar aos 3
meses de salários atrasados e perder jogadores na justiça no trabalho.
4) Lesões longas de
jogadores importantes para o elenco, como o próprio Pedro, Gilberto,
Ibañez e Airton também atrapalharam o Fluminense em diversos momentos da
temporada. Convocações de Sornoza para a seleção equatoriana idem, pois
deixaram o time várias rodadas sem o seu principal e único jogador de
armação de jogadas. Aqui também cabe uma justa crítica à formação do
elenco, que ficou carente de armadores.
5) As pessoas entendem o
Fluminense como uma instituição de futebol, e que apenas tem custos com
este departamento. Mas o passado de dívidas exponenciais contraídas a
partir da década de 90 impõe ao clube parcelamentos importantes, como o
Ato Trabalhista (cerca de R$ 1,5 milhão mensais, quase R$ 20 milhões
anuais) e também outros parcelamentos relevantes como o PROFUT, além de
inúmeras dívidas bancárias que precisam ser pagas sob pena de penhoras
diárias de caixa, e punições esportivas na FIFA, no caso de dívidas com
outros clubes (as punições com a FIFA podem chegar ao ponto de impedir o
Fluminense de fazer negociações com o exterior, o que seria fatal para o
clube). Logo, em paralelo a manter o salário dos jogadores em dia, há
diversas obrigações de grande risco para o clube que devem ser pagas ao
mesmo tempo.
6) O Ato Trabalhista
compreende todos os processos trabalhistas que tinham o Fluminense como
réu até novembro de 2011. Com esse instrumento, o Flu acordou com o
TRT-RJ o depósito de um percentual de suas receitas num fundo de
credores, então a Justiça do Trabalho consegue pagá-los em ordem de
execução dos processos, sem que as penhoras de caixa aconteçam
simultaneamente. Mas o problema são os processos que passaram a ser
conhecidos após 2011: estes não estão dentro do AT e podem bloquear
recebíveis diretamente das contas do clube, a qualquer momento. Neste
ano, por exemplo, o Fluminense teve dinheiro bloqueado para pagar
Humberto Palma, gerente executivo do clube na gestão Horcades, que
ganhava perto de R$ 80 mil mensais na década passada. Houve também
bloqueios para pagar o lateral-esquerdo Dieguinho, que jogou no clube em
2009 e o zagueiro Thiago Gosling, que atuou em 2006. Tais processos e
outros colocam todos os recebíveis do Fluminense em risco, prejudicando a
rotina de pagamento das despesas correntes (CLT, direitos de imagem,
fornecedores, prestadores de serviços etc).
7) Muitos questionam a dispensa dos atletas Marquinhos,
Diego Cavalieri, Henrique e outros, no início do ano, mas falta dizer
qual seria a alternativa. Não discutimos a forma de dispensa, que foi
mal conduzida, impessoal e objeto de pedido de desculpas do próprio
Presidente Pedro Abad, mas a sua imperiosa necessidade. Com estes
atletas, a folha do futebol era de aproximadamente R$ 7 milhões,
impagável hoje para o Fluminense. Com a saída deles, a folha foi
reduzida à metade, mas mesmo assim o Flu tem dificuldades para pagar. É
pura matemática. Se com muito esforço conseguimos pagar até o mês de
outubro com o custo futebol de R$ 3,5 milhões, então com uma folha de R$
7 milhões teríamos perdido todo o elenco no 1o semestre (vale lembrar
que as potenciais premiações do Carioca e fases iniciais da Copa do
Brasil e Sulamericana são baixas para cobrir altas apostas). Alguns
argumentam que poderiam ter sido realizados empréstimos, sem refletir se
seria razoável pagar parte dos salários (de R$ 150 mil a R$ 200 mil
reais mensais) para jogadores reforçarem clubes mais fortes
financeiramente que o Fluminense. Na época, nenhum outro clube do Brasil
admitia assumir sozinho os altos salários destes atletas, totalmente
fora da realidade brasileira se considerarmos seus desempenhos recentes.
As pessoas se esquecem que o erro sempre ocorre na hora de contratar ,
com negociações ruins, salários altos e contratos longos, transações
realizadas por alguns que hoje se colocam como alternativa política para
o Fluminense.
8) Com a mudança no
padrão de custos do Maracanã, passamos a ter um match day economicamente
negativo. Poucos jogos terminam com borderô no azul, infelizmente. Tal
mudança foi determinada pelo TJ-RJ via
liminar, acatando pedido da Odebrecht para que fossem mantidas as
condições de um aditivo com prazo determinado, que valeu por apenas 2
jogos, celebrado em nov/2016 para reabrir o Maracanã, que estava fechado
desde as Olimpíadas, sem previsão de reabertura. A concessionária alega
desequilíbrio no contrato com o Fluminense após o Governo Sérgio Cabral
ter removido do plano de negócios o edifício garagem que seria
construído no lugar do Museu do Índio e o shopping que seria construído
no lugar do estádio de atletismo Célio de Barros. Tais mudanças foram
feitas após a concessão, impactaram a lógica do negócio e dão argumentos
à Odebrecht contra o Flu, que segue lutando na Justiça. Resumindo,
temos um verdadeiro absurdo em que o Fluminense “paga pelos erros do
governo”. Se o Fluminense faz sua parte do contrato e o governo não faz a
dele com a Odebrecht, o governo é que deveria pagar, e não o
Fluminense. Dessa forma passamos de um contrato que sempre dava lucro
para um que frequentemente dá prejuízo. Só para exemplificar, há meses
em que o prejuízo do Fluminense se equipara ao salário de um jogador do
nível do Fred. Mas infelizmente muitos optam, por oportunismo político
ou desinformação, por culpar as diretorias do Fluminense (atual e
anterior) numa situação em que o próprio clube é vítima das
circunstâncias.
9) Alguns falam
irresponsavelmente que nós da Flusócio temos “cultura de apequenamento
institucional”. Talvez se esqueçam que as gestões eleitas por nós
conquistaram o memorável título brasileiro de 2012, o carioca 2012, a
Primeira Liga 2016, levantaram um CT, levaram o Flu à disputa de 3
Libertadores seguidas e colocaram Xerém como uma das potências nas
divisões de base do Brasil. Possibilitaram ainda a abertura do clube pro
torcedor, quando através de uma mudança estatutária liderada pela
Flusócio foi criada a categoria Sócio Futebol, com direito a voto direto
pra presidente, algo inédito no país.
Criticam o momento
atual como se a opção por um time modesto fosse uma escolha da diretoria
e não uma necessidade econômica institucional. Para que não reste
dúvidas, a diretriz para 2018 foi contratar apenas atletas sem custos de
aquisição, com teto salarial baixo e contratos curtos, pois se a
maioria é aposta, então precisam antes provar seu valor para fazer
contratos longos, que onerem o clube no longo prazo, algo que foi
ignorado pelos gestores do futebol em contratações recentes que
culminaram com as dispensas do início do ano. A Flusócio defende que
seja feito o que normalmente fazemos tanto na gestão da nossas casas
como no nosso próprio negócio – se o nível de receita caiu e/ou os
gastos dívidas subiram, deve-se adequar a essa realidade até poder ter
fôlego para retomar grandes investimentos.
10) Criticam os valores
das negociações realizadas pela gestão como se fosse incapacidade
negocial e não fragilidade institucional. Se esquecem que o poder de
barganha não pertencerá ao Fluminense enquanto estiver precisando
desesperadamente de dinheiro, endividado e frágil em suas receitas. O
mercado logicamente explora isso na hora de fazer as propostas. Como
comparativo vale a reflexão sobre o rival da Gávea, que só passou a
auferir grandes cifras em transações de seus jogadores após atingir seu
reequilíbrio econômico. Antes disso, a maior venda da história havia sido o lateral-esquerdo Jorge, por 8,5 milhões de euros, em janeiro de 2017.
11) As críticas à falta
de patrocinador master nunca avaliam o contexto que estamos inseridos
desde 2014, na maior crise econômica da história do Brasil, com inúmeras
empresas quebrando ou no mínimo diminuindo drasticamente seus
investimentos em publicidade. Até 2016, os clubes ainda tiveram a
concorrência das Olimpíadas na busca por venda de espaço publicitário. A
dificuldade de mercado também pode ser conferida quando se olha para
camisas rivais como Vasco e Corinthians, que também passaram toda a
temporada 2018 inteira sem estampar nenhuma marca no principal espaço de
seus uniformes. A CEF é a patrocinadora master para a maioria dos
clubes da Série A, mas para obter dinheiro público a instituição
esportiva precisa estar com os impostos em dia. Só assim se consegue as
Certidões Negativas de Débitos (CNDs). Recuperá-las tem sido um objetivo
da gestão Abad, que nos últimos meses pagou R$ 28 milhões em impostos
atrasados.
Protestos para tentar
destruir produtos institucionais como a Flu Fest e o DNA Tricolor,
pregação de abandono em estádios e saída de sócios,quebra-quebra dopatrimônio do clube, vazamentos de números de telefone, agressão no Conselho Deliberativo, invasão de treinamentos , falta constante de postura e isenção por parte do Presidente do Conselho Deliberativo, Fernando César Leite,intimidações e ameaças contra
a vida dos nossos integrantes e nossas famílias. Infelizmente a
política do clube hoje se tornou um conjunto disso tudo. Nós repudiamos
este modelo nefasto de fazer oposição, que acaba afastando as pessoas da
política interna e também das arquibancadas.
Alguns críticos chegam ao cúmulo de atacar patrocinadores que
chegam ao Flu para ocupar espaços menores no uniforme. Estes parceiros
deveriam ser abraçados, para avaliarem aumentar seu investimento, tal
qual aconteceu com a Unimed, que começou timidamente em 1999 até chegar
num grande patamar anos depois. Mas parte da oposição tem atacado tudo
que é feito nessa gestão, preferindo passar para o mercado o recado de
que “ou já começa com investimentos no patamar da Unimed, ou vai ser
atacado pela torcida”. É esse o tipo de comportamento que o torcedor
espera de quem se propõe a assumir o clube?
No jogo contra o Ceará, uma mobilização que deveria ser aplaudida foi vazada para a Imprensa ,
de maneira pejorativa: o esforço de premiação bancado por empresários
tricolores, mesmo expediente já usado em vários clubes em momentos de
dificuldades financeiras, como no próprio Fluminense, em 2017, no jogo
contra a Ponte Preta (vitória por 2×0). O vazamento de esforços internos
na tentativa de mitigar o problema financeiro expõe os atletas
publicamente e trabalha contra o sucesso do Fluminense. Cabe ao torcedor
avaliar se isso é atitude de quem deseja o bem da instituição.
Temos erros sim. As
gestões que elegemos erraram ao trocar Adidas pela Dry World, mas o
mesmo ocorreu com o Atlético-MG, Goiás e até com clubes da Premier
League. Errou-se também na aquisição do Robinho, um investimento alto
para aquele momento. Errou-se em realizar muitos investimentos
simultâneos no departamento de futebol em 2015 e 2016, algo que condenou
o fluxo de caixa para a gestão seguinte. Podemos citar outros erros,
mas só erra quem está lá. Nós corroboramos com essas críticas.
Mas as acusações de
roubo infelizmente são repetidas como mantra por pessoas sem quaisquer
escrúpulos, leviandades que só encontram eco porque alguns se aproveitam
da insatisfação do torcedor com o time para propagá-las.
Passado um 2018 de
dificuldades imensas, o Flu ao menos conseguiu conquistar a Taça Rio,
chegar à semifinal da Copa Sulamericana (3a melhor campanha da nossa
história em competições CONMEBOL) e terminou em 12o lugar no brasileiro,
algo que não está à altura do Fluminense, mas que ao menos foi a melhor
colocação dos últimos 4 anos, mesmo trabalhando com a folha de
pagamento bem inferior às demais temporadas. Também devemos lembrar que
esta posição é melhor do que a alcançada pelo Flu no campeonato
brasileiro em vários dos anos em que contou com o forte investimento da
Unimed, tais como 2013, 2009, 2008, 2006 e 2003. Em todas estas
temporadas nosso clube infelizmente também brigou contra o rebaixamento.
Em resumo, não se trata
de pedir apoio à gestão, mas é fundamental o apoio do torcedor à
instituição para reverter essa rotina de coadjuvante. O futebol
profissional demanda investimento e quem financia qualquer clube é a
força da sua própria torcida. Para reagir precisamos da união e
engajamento de todos tricolores tanto dentro como fora do clube.
Associação em massa, presença nos estádios e consumo constante de
produtos institucionais, se for desta forma o reequilíbrio econômico
virá a reboque, bem como os investimentos no time que nos proporcionarão
o retorno às grandes jornadas e títulos.
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