Segundo o portal UOL, a oposição política do Fluminense já está se articulando para solicitar um pedido de impeachment do presidente Pedro Abad após os desdobramentos da Operação Limpidus, que já acarretou duas prisões de funcionários do Fluminense e, segundo as autoridades que comandam a investigação da relação dos clubes com as torcidas organizadas, ainda pode acarretar em prisões de dirigentes.
De acordo com o portal UOL, as
lideranças da oposição da política tricolor ainda estão aguardando se o
mandatário tricolor será detido, mas o item do Estatuto do Fluminense
que aponta “prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do clube” já
pode ser o suficiente para colocar o pedido em votação no Conselho
Deliberativo.
O grande
problema que a oposição poderá enfrentar numa eventual votação de
impeachment é que grande parte do Conselho Deliberativo pertence a base
de sustentação política do presidente Pedro Abad. A Flusócio e os
Esportes Olímpicos possuem uma ligação fortíssima desde a época do
ex-presidente Peter Siemsen. Somados, os dois grupos possuem dois terços
dos Conselho, lembrando que para aprovar o impeachment serão
necessários justamente dois terços dos votos dos conselheiros.
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A história passa na frente dos nossos olhos! A prática do cambismo é algo disseminado no Brasil inteiro e, agora, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro resolveram dar um basta nisso. Excelente iniciativa! Oxalá que este tipo de operação ocorra em todo país. Apesar da tristeza de ver o nome do Fluminense diretamente envolvido na questão, fato é que o futebol nacional deve ser passado a limpo e apurar a relação espúria entre torcida organizada e diretoria é um grande início.
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Como realizar o processo de impeachment de Abad?
Fonte: Explosão Tricolor 12/12/2017A história passa na frente dos nossos olhos! A prática do cambismo é algo disseminado no Brasil inteiro e, agora, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro resolveram dar um basta nisso. Excelente iniciativa! Oxalá que este tipo de operação ocorra em todo país. Apesar da tristeza de ver o nome do Fluminense diretamente envolvido na questão, fato é que o futebol nacional deve ser passado a limpo e apurar a relação espúria entre torcida organizada e diretoria é um grande início.
Por
tudo que se falou até agora, naquilo que interessa ao Fluminense, está
se caracterizando uma verdadeira atuação sistêmica de doação de
ingressos para a torcida organizada que, por sua vez, revende-os a
preços elevados e conseguem se manter. Ou seja, uma parte das finanças
desse tipo de torcedor vem dessa relação indevida com a diretoria.
Sobrou
até para o sócio torcedor. De acordo com o Promotor de Justiça Marcos
Kak, do Ministério Público do Rio de Janeiro, o programa de sócio exige
que o torcedor faça o check in
da aquisição dos ingressos. Quando há sobra de ingresso, parte dela é
destinada às organizadas. Isso significa que os seus componentes não
precisam pagar mensalidade para ter acesso a tickets gratuitos, ao passo que o verdadeiro torcedor desembolsa 100, 150 reais para manter a sua paixão. Que absurdo!
Tudo
isso, porém, decorre da falta completa e absoluta de transparência nas
atividades do clube. Nada disso aconteceria se o Fluminense tivesse as
contas abertas, como exige, aliás, a Lei de Responsabilidade Fiscal do
Esporte, ou “Lei do Profut”. Inclusive, ela considera temerária e
irregular a gestão que não divulga, tanto para os torcedores quanto para
os associados, os atos do clube, o que pode acarretar até mesmo o
impeachment do Presidente.
A
cobrança por visibilidade está vinculada à necessidade de abrir acesso
ao conteúdo dos atos e gastos efetivados pelo clube. E é esse
conhecimento pleno que permite o exercício da democracia, até por ter o
livre arbítrio de opinar e fiscalizar os gastos realizados.
Não
há nenhuma dúvida que fraudes e demais atos ilegais, inclusive os que
estamos presenciando na Operação Limpidus, encontram oportunidades
propícias para a propagação em ambientes nos quais a gestão escamoteia
informações. No Brasil, a Lei do Profut já citada busca tornar menos
obscuro o conhecimento da informação por parte dos torcedores, inclusive
estipulando a punição máxima aos dirigentes que não a cumprirem.
Isso
é tão sério que, atualmente, o Fluminense está no Profut e este é o
principal argumento do clube para afirmar que a gestão é profissional.
Mas a ausência de transparência pode fazê-lo perder este benefício e
retornar para o patamar de extrema dificuldade financeira que
praticamente impedirá o clube de participar das grandes competições.
E
aí vocês podem perguntar: como fazer para levar adiante este necessário
impeachment do Presidente? Respondo: temos que seguir o estatuto do
clube. E este processo é extremamente custoso e, considerando que a
maior parte do Conselho Deliberativo é fortemente ligada ao grupo da
Flusócio, a dificuldade fica ainda maior.
Para
iniciar o processo de impeachment, há a necessidade de um requerimento
formulado por 50 conselheiros do clube. Isso, por si só, já seria
difícil. Mas não para por aí. Para dar início ao processo, o
requerimento deve ser aprovado por pelo menos um terço dos membros do
Conselho Deliberativo do Fluminense.
Se
for ultrapassada essa fase de admissibilidade do pedido, ele é
encaminhado ao Presidente do Conselho Deliberativo que deverá entregar o
caso a uma Comissão para assuntos Disciplinares que, por sua vez,
oportunizará a devida defesa ao Presidente. Após isso, a tal Comissão
irá dar o seu parecer e o caso vai a julgamento pelo Conselhão.
Para
ser aprovado, o pedido deve ser apreciado com quórum mínimo de 150
conselheiros. O estatuto exige ainda aprovação de, pelo menos, 2/3 do
número dos presentes. Tudo feito em votação secreta. Sério! Você não leu
errado. Depois de todas as dificuldades de levar um processo de
impeachment adiante, a votação ocorre às portas fechadas e com zero
informação à torcida, verdadeira proprietária do time. Inacreditável!
Na
hipótese de tudo andar como deve ser, pelo menos a substituição do
Presidente é garantida democraticamente. O Vice-Presidente assume por
apenas 45 dias e, neste prazo, deve haver uma nova eleição
obrigatoriamente convocada pelo Presidente do Conselho Deliberativo. Aí,
é a hora do sócio entrar em cena e não permitir pessoas sem a
capacidade de gestão adequada assuma o clube.
“E
como eu posso ajudar?”, perguntaria o leitor dessa coluna. A resposta é
simples: pressão. Lembrem que toda mudança inicia de uma vontade que se
transforma em atitude concreta daquele que é prejudicado com os
desmandos de uma diretoria. E, no nosso caso, todos passamos vergonha
com a atitude da diretoria de, além de apequenar o Fluminense,
transformá-lo em caso de polícia em âmbito nacional.
Questione
nas redes sociais, mande e-mails para os componentes do Conselho
Deliberativo cobrando uma conduta efetiva contra todos os absurdos que
acontecem no Fluminense – inclusive divulgando a possibilidade de
impeachment – e assumam a sua paixão pelo clube nesta triste página da
nossa história.
Sugestão: para saber quais são os conselheiros do clube, basta ir na página principal do site do clube e entrar na aba “O Clube” .... Lá consta a relação de todos os titulares e suplentes do Conselho
Deliberativo, incluindo a atual mesa diretora. Nas mãos dele (e na
indignação da torcida) está o futuro e a própria sobrevivência do
Fluminense Football Club.
Lembrete:
tudo isso pode não ser necessário se, na evolução das investigações da
Operação Limpidus, concluírem que o Presidente não é digno de se manter à
frente do clube. Aí, basta uma ordem judicial. A prudência exige que
aguardemos todo o desenrolar das investigações para individualizar a
conduta de que cada um dos possíveis envolvidos, mas a possibilidade
existe, de acordo com a força-tarefa que está no caso.
Ser Fluminense acima de tudo!
Evandro Ventura
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