quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Presidente Mário Bittencourt concede entrevista e tenta explicar venda de Evanilson, renovação de Marcos Paulo, chegada de Danilo Barcelos, Patrocinio Master, divulgação de balancetes dentre outros

 Fonte: Globoesporte.com

Em videoconferência, Mário foi questionado na primeira pergunta sobre a perda de Evanilson e revelou uma mágoa do jogador com a gestão do ex-presidente Pedro Abad. Em longo pronunciamento sobre o tema, o dirigente relatou todos os contratos assinados com o atacante no clube e evitou criticar a diretoria antecessora, mas afirmou que pegou a situação "praticamente perdida":

– O Evanilson fez o primeiro contrato dele em 06/10/2015 até 05/10/2018, quanto tinha 16 anos. Acho que vocês sabem que o primeiro contrato de um atleta profissional só pode ser assinado por três anos, é o máximo pelo que determina a lei, só com 18 pode fazer de cinco anos. Em 06/03/2017, portanto sete meses antes dele fazer 18 anos, as pessoas que aqui estavam, e aqui não é uma crítica, só o fato, assinaram um novo contrato também de três anos que terminava em 29/02/2020.

"Em outubro de 2017, as pessoa que aqui estavam gerindo a base poderiam ter assinado um novo contrato de cinco anos, não o fizeram. Poderiam ter cancelado aquele de três e feito um de cinco".

– Quando ganhamos a eleição no meio de 2019, esse atleta nunca havia subido para o profissional. Um mês depois, nosso chefe de scout nos chamou para uma reunião junto com o diretor executivo e o novo diretor da base e disse: "Tem um jogador que a gente trouxe muitos anos atras, a gestão anterior não entendeu que deveria subir ele, o contrato desse jogador está caminhando para o final, e eu acredito que possa dar um resultado para o Fluminense". Eu então fui procurar quem é o jogador. 


 

– Na filosofia de trabalho da gestão anterior, e repito, não é uma crítica, apenas uma constatação do trabalho, a base não era integrada ao profissional como a gente integrou. Não havia sub-23, o sub-20 não treinava aqui no CT. Por isso fizemos o campo três, criamos o sub-23 para minimizar esse tipo de perda... A gente tem uma metodologia diferente dessa integração. Então fui com o diretor ver uma partida do atleta em Laranjeiras, e o diretor da base disse: "Se estivéssemos aqui antes faríamos um contrato mais longo com ele. Está a caminho de terminar e acho que poderíamos tentar manter".

– Esse atleta veio de um clube chamado Estação, que é um pequeno clube do Nordeste, e tinha um empresário na época que vendeu 50% da procuração para o Eduardo Uram. A gente o procurou, ele disse que tinha propostas de clubes do Brasil e de fora para que o jogador saísse assim que terminasse o contrato. Ele jamais tinha subido para o profissional, a gente precisava de um centroavante naquele momento, e eu tinha dois caminhos: ou não subia o Evanilson, se não tivesse feito isso não estaria aqui dando essa coletiva hoje e ninguém saberia do Evanilson. Eu confiei nele no sentido de que poderia nos ajudar, o Angioni também gostou demais do jogador quando teve a oportunidade de vê-lo e o trouxe (ao profissional).

"Mas o empresário foi taxativo, disse que o jogador se sentiu desvalorizado na gestão anterior, que foi uma avaliação de momento deles, talvez na época o atleta não estivesse performando, e subiram outros como o João Pedro, o Marcos Paulo, e ele ficou para trás. Por isso, ele não tinha interesse em assinar um novo contrato".

– Eu insisti, disse que tinha sido correto subir ele para o profissional, mesmo sabendo que poderia perdê-lo de graça, e ele performou. A opção que o empresário nos deu foi: ele nos comunicou que o atleta já estava acertado com o Tombense e que o máximo que poderia fazer é emprestar por dois anos e deixar um percentual para o Fluminense. Em que pese ter o mecanismo de solidariedade da Fifa, que a gente teria direito de qualquer jeito como clube formador. O Tombense nos emprestou o jogador, mantivemos 10% de direitos econômicos e 20% de taxa de vitrine, o que dá 30% do resultado financeiro. 

 

"O atleta estava emprestado até o final de 2021, se cumprisse o contrato até lá, ele sairia gratuitamente novamente, e a gente voltaria a ter um percentual de 0%".

– O jogador vinha sendo procurado por clubes, e a principal proposta que havia chegado foi do Crystal Palace. Era verdade que o clube tinha interesse, mas por questões da Liga Inglesa a gente conseguiria que ele ficasse até janeiro de 2021 aqui, e com a possibilidade de retornar se não conseguisse se inscrever lá. Pedi para ele ficar até o final da Copa do Brasil e do Brasileiro, os representantes tentaram e conseguiram isso com o Crystal Palace. Entretanto surgiu uma nova proposta do Porto, maior que a do Palace, e obviamente não tínhamos nenhum controle, fomos apenas informados da negociação.

"Fiz o mesmo pleito para que o jogador ficasse aqui até o final do Brasileiro, mas por vontade do clube e do próprio atleta, até mesmo com receio de se ter uma lesão, ambos optaram que fosse agora".

– Só nos coube aceitar, já pegamos uma situação praticamente perdida. As pessoas me perguntam por que não renovou o contrato dele, essa decisão não cabe só ao clube, não existe renovação automática, tem um prazo determinado. Se houve algum equívoco, não estou acusando ninguém, são avaliações feitas e naquela época entenderam que ele não merecia um contrato mais longo. Se houve uma falha, foi antes da nossa chegada. Não faço crítica porque realmente talvez ele estivesse performando menos que os outros – afirmou, encerrando o assunto. 

 


Confira outros trechos da coletiva:

REPOSIÇÃO PARA O ATAQUE

– Você acha que eu gostaria de perder o meu principal jogador? Eu sou presidente do clube. Mas também sou torcedor. Eu fico triste. Mas é o futebol. Perdemos, mas vamos avaliar se vamos conseguir fazer a reposição no mesmo nível. Certamente, vamos avaliar, quem sabe no mercado sul-americano, para tentarmos fazer essa reposição. Sabemos que temos dificuldades de reposição, até pela situação financeira. No caso do Evanilson não fizemos a venda, só fomos comunicados. A situação do clube é muito difícil e ainda será por alguns anos.

COMPARAÇÃO COM LUIZ HENRIQUE

 

– Caso diferente do Luiz Henrique, que fez um contrato de cinco anos. Com a integração maior, ele veio aqui treinar no sub-23, chamou a atenção do treinador, foi para o profissional, e esse comitê entendeu que ele merecia um contrato mais longo. Ia até o final de 2022, a gente desfez esse e estendeu até 2025. Como é o caso do Calegari, alguns outros que vão subir ainda, o Arthur, que estamos prevendo o contrato de três anos quando puder assinar.

– O caso do Evanilson dependia da vontade do atleta, dos representantes dele, e não foi a vontade de fazer um contrato longo, não teve tempo hábil, a gente conseguiu manter 30% com a tristeza de perder um jogador desse nível. Você acha que eu gostaria de perder meu melhor jogador no momento? Sou presidente e torcedor, fica triste, mas esse é o mercado do futebol. Não é só o Fluminense que é vítima dessa legislação, ela tem que ser mudada para preservar melhor os clubes. 

 

– Nós criamos o sub-23 porque o profissional não consegue receber todos os jogadores da base. Os atletas têm um tempo de maturação. O Luiz Henrique, por exemplo, tem a idade do Marcos Paulo. E há dois ou três meses ele estava na base e ninguém o conhecia. Nós não vamos conseguir absorver todos os jogadores que produzimos. Alguns vamos ter que vender. Até pela nossa legislação.

RENOVAÇÃO COM MARCOS PAULO

 

– Fizemos uma proposta tentando melhorar o salário dele. Mas não chega nem perto do que um clube médio europeu pode pagar. Essa é uma realidade. Há um desejo deles (de sair). Já falei com o Marcos Paulo e com os representantes deles, que se ele não sair nesta janela, temos o interesse em renovar. Aqui vou ser muito transparente. Eu confio no atleta. Confio nos representantes dele. Ele sempre me diz que jamais sairia do Fluminense sem o Fluminense ser recompensado. Eu me formei aqui. Me tornei homem aqui. Eu vou ser transparente. O interesse do Marcos Paulo e dos representantes é de sair nesta janela. O jogador tem esse desejo. É importante isso ficar claro.

CHEGADA DE DANILO BARCELOS

– Nós fizemos uma proposta financeira idêntica do Cruzeiro. O salário dele é quatro vezes menor que os que tínhamos tentado antes. Se o Fluminense conseguir melhor a proposta no prazo. Então demos um contrato maior para ele. Ele tem uma idade boa para tempo de contrato. Fizemos um contrato de dois anos e quatro meses de contrato. Ele é um atleta de 29 anos. É um jogador que veio a custo zero. O Odair insistiu em ter um atleta diferente. Um atleta diferente do Egídio. Ele queria um atleta com outras funções, para atender outras situações de jogo. – Os nosso critérios são sempre técnicos em todos os sentidos. Jamais vamos deixar de trabalhar tecnicamente em razão de politização de certas situações. Vinhamos buscando um lateral-esquerdo. Infelizmente, todos jogadores que tentamos eram muito caros. Não vou citar valores que pediram para nós. Eram jogadores que custariam o dobro dos nossos atacantes. Um clube que tem uma folha de R$ 3 milhões, não teria como investir isso. O Odair nos trouxe o nome do Danilo Barcellos. Temos uma folha que talvez seja a 13ª ou 14ª folha do Campeonato Brasileiro. 

 

PATROCÍNIO MASTER

– Na posição que nos encontramos, sempre vai haver critica. Se temos, vai ser pouco. Se o clube não tem, vai ter crítica. Precisamos de um patrocinador que condiz com a camisa do Fluminense. Eu acredito que até o final do ano teremos uma proposta que condiz com o tamanho da camisa do Fluminense. As propostas são muito abaixo do que valem a nossa propriedade. Nós perdemos 63% de receita na pandemia. Imagino que outras empresas perderam em relação a paralisação do mundo.

– Eu sempre falo sobre essa questão. Acaba ficando repetitivo. Hoje temos procura de patrocinador master muito abaixo do que vale a camisa do Fluminense. Nos ofereceram proposta para a manga. E essa empresa faz o patrocínio master de outro clube. Eu procurei saber. O que nós temos de manga eles têm de master. As propostas que recebemos, até em razão pelo dificuldade do mercado, são muito abaixo. Não estamos pedindo valores acima do mercado. Estamos dentro do mercado. 

 

DIVULGAÇÃO DOS BALANCETES

Estávamos com problema de sistema e o problema vem sendo solucionado. Estávamos com esse problema porque o sistema não vinha sendo pago. Pagamos a dívida com a empresa. Por isso não vinhamos fazendo esse balancete no clube

.https://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/presidente-do-fluminense-mario-bittencourt-explica-venda-de-evanilson-para-portugal.ghtml

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