sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Divergência interna e novo estatuto: o que está por trás da crise política do Flu


Decisões tomadas de forma isolada por Abad incomodam dirigentes. Eleição do novo presidente do Conselho Deliberativo determinará rumo de texto que tira poderes e profissionaliza o clube

Fonte: GE  Hector Werlang, Rio de Janeiro 02/02/2018
A invasão de torcedores ao salão nobre das Laranjeiras,, na última terça-feira, e o pedido de união feito , no dia seguinte, por Abel Braga, após a classificação à segunda fase da Copa do Brasil diante da Caldense, são duas consequências da crise do Fluminense.
Mas o que está por trás dela? O agravamento das dificuldades financeiras e a maneira pela qual algumas medidas foram aplicadas evidenciaram uma divergência entre integrantes da direção: decisões tomadas de forma isolada pelo presidente Pedro Abad.
Paralelamente, a eleição do presidente do Conselho Deliberativo, suspensa pelo protesto, gera disputa entre grupos políticos, afinal, a reforma do estatuto está em jogo. Tudo isso caminha sob críticas e pedidos de renúncia da torcida contra o mandatário tricolor.

Teoria da eleição x prática da gestão

Na campanha presidencial de 2016, Abad e a Flusócio, grupo político do presidente, fizeram um acordo com a Unido e Forte, união de correntes que compunham a então chapa de Cacá Cardoso (atual vice-presidente) e Diogo Bueno (atual vice de finanças) - estes dois se uniram após a saída de cena de Pedro Trengrouse. A ideia, ao agrupar modelo de gestão e visões do Flu, era gerar maioria no eleitorado para não correr riscos de perder o pleito a Mario Bittencourt ou Celso Barros.
Deu certo. A gestão, então, começaria com um acordo de compartilhar as decisões e divisão de representatividade política:
  • Flusócio, na figura de Abad, ficou com a presidência do clube.
  • Unido e Forte ficou com o Conselho Fiscal, presidido por Gustavo Donati.
  • Esportes Olímpicos, tradicional aliado da Flusócio, ficou com o Conselho Deliberativo, presidido por José Guisard.
Acontece que, por motivos pessoais, Donati e Guisard renunciaram. No Conselho Fiscal, houve o entendimento de todas as partes em ter Felipe Dias (Flusósio), um dos três integrantes, como presidente. No Conselho Deliberativo, o estatuto determina eleição, sem nova data após a confusão de terça.
E aí há uma divergência entre a Flusócio e a Unido e Forte. Enquanto o primeiro, para manter o acordo inicial, apoia Ricardo Lopes (Esportes Olímpicos) o segundo entende que o combinado foi quebrado e sustenta Fernando Leite (alinhado com a Unido e Forte), atual presidente em exercício. É bem verdade que Miguel Pachá (indicação de Cacá Cardoso) assumiu o Jurídico no lugar de Bruno Curi (Flusócio), mas o grupo do vice-presidente não acha a troca suficiente. Há a tentativa ainda de alcançar um consenso.

As divergências

A gestão compartilhada teve a primeira divergência na votação das contas do último ano da gestão de Peter Siemsen. Abad e a Flusócio fecharam questão pela aprovação. Cacá Cardoso e a Unido e Forte, por conta do que julgaram má administração dos recursos do clube, defenderam a reprovação. A tumultuada sessão no Conselho Deliberativo resultou na aprovação.
Houve mais desentendimentos. A decisão de Abad em ceder ingressos a torcidas organizadas pegou de surpresa e desagradou aos colegas de gestão. E, mais recentemente, o episódio de liberação de oito jogadores obrigou a direção a fazer duas reuniões para manter a unidade.
O plano original, idealizado em julho passado para aliviar a folha salarial, previa que as dispensas fossem feitas após a manutenção do time na Série A, com comunicado presencial e posterior negociação. Aconteceu de ser por telefone, durante as férias dos jogadores e às vésperas da reapresentação do grupo.

Por que o novo estatuto é importante?

Nos últimos três anos, uma comissão de seis conselheiros estudou e elaborou o anteprojeto de reforma estatutária.Além de prever o fim da reeleição e profissionalizar a gestão do clube, alguns pontos tocam em temas polêmicos e, por vezes, encarados como perda de poder de conselheiros.
  • Redução do número de conselheiros de 300 (até 150 eleitos e até 150 natos) para 150 (100 eleitos e 50 natos).
  • Uniforme não precisa ser mais aprovado pelo Conselho Deliberativo.
  • Conselho Deliberativo passa a validar metas da direção e, por consequência, vira co-responsável.
  • Elaboração do orçamento prevê que atividades deficitárias sejam reformuladas e, em caso de resultado negativo, extintas.
O presidente a ser eleito, então, decidirá o rumo do anteprojeto. Poderá ignorá-lo, poderá modificá-lo ou poderá colocá-lo em votação.
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OPINIÃO FLUNÔMENO
 A crise do Fluminense já passou de financeira para política. Ao que parece, Abad está desesperado logo no primeiro mês do ano! Alianças feitas no passado estão prestes a se romper por conta da atual situação do clube. O portal Globoesporte fez uma matéria que elucida melhor essa história, e por esta razão, vou deixar o link abaixo para que vocês dêem uma olhadinha (texto do GE acima).
Ao que parece, nada do que foi acordado em campanha realmente funcionou na prática. A torcida já não aguenta mais esse grupo político comandando o clube, e a oposição já se une para tentar salvar o Fluminense. E vocês, o que acham disso?! Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
Cacá Cardoso (vice presidente), Abad (presidente) e Peter Siemsen (antigo presidente). Foto: Divulgação.
 

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