Fluminense: Samorin cobra dívida de R$ 12 milhões e ameaça ir à Fifa
A dívida era desconhecida pelo presidente Mário Bittencourt, que
entrou em contato com os dirigentes eslovacos para entender a situação.
“Eu
não sabia da dívida e fiquei assustado pois não temos esse dinheiro,
que hoje é uma fortuna para nós. Eles então relevaram que se tratava de
aportes financeiros que o Fluminense deveria dar. Inclusive um deles,
pasmem, era para ajudar o Samorim a construir seu próprio estádio (o
Fluminense não possui estádio)”, disse Mário.
As primeiras
conversas entre Mário e os dirigentes eslovacos não foram positivas e o
clube europeu deve ir à Fifa em busca do dinheiro. Eles não aceitaram
esperar pela venda dos direitos de jogadores da parceria.
“A minha sugestão foi pagar esta dívida com parte dos direitos de
jogadores que participaram do projeto, já que somos parceiros. Eles não
aceitaram e agora ameaçam ir à Fifa”, revelou o presidente do
Fluminense.
https://www.foxsports.com.br/news/425583-fluminense-samorin-cobra-divida-de-rs--milhoes-e-ameaca-ir-a-fifa
...............................................................................................................................................Dívidas e problemas: a nova realidade de Mário e Celso no Fluminense
Fonte: Lance 09/06/2019
Após vitória nas eleições,
dupla retorna ao clube das Laranjeiras; panorama, desta vez, é
praticamente oposto ao vivido em anos anteriores na própria instituição
Mário Bittencourt e Celso Barros são figuras conhecidas dentro do
Fluminense. Após a vitória eleitoral no último sábado, nas Laranjeiras, o
primeiro se tornou presidente e o segundo o vice-geral, encabeçando a
Chapa "Tantas Vezes Campeão", que venceu as eleições com grande parte
dos votos.
Os dois voltam a estarem, ao mesmo tempo, no Fluminense. Em 2009, Mário Bittencourt foi gerente de futebol e Celso Barros era presidente da Unimed, patrocinadora máster do clube à época, e possuía voz ativa na maioria das decisões que aconteciam dentro do clube. Naquele tempo - apesar do Tricolor ter brigado contra o rebaixamento no Brasileirão - o poder financeiro, muito por conta do aporte do patrocinador, era grande. Tanto que, no ano seguinte, o clube das Laranjeiras foi campeão nacional.
Dez anos depois, porém, a realidade é praticamente oposta: o Fluminense não possui um patrocinador master e tampouco convive com um poder financeiro. Muito pelo contrário, o Tricolor possui uma das grandes dívidas do futebol brasileiro e precisa se reinventar neste sentido para reforçar o elenco. Após a divulgação dos resultados, Mário Bittencourt comentou sobre a Unimed, que cobra valores de dívidas na justiça.
Os dois voltam a estarem, ao mesmo tempo, no Fluminense. Em 2009, Mário Bittencourt foi gerente de futebol e Celso Barros era presidente da Unimed, patrocinadora máster do clube à época, e possuía voz ativa na maioria das decisões que aconteciam dentro do clube. Naquele tempo - apesar do Tricolor ter brigado contra o rebaixamento no Brasileirão - o poder financeiro, muito por conta do aporte do patrocinador, era grande. Tanto que, no ano seguinte, o clube das Laranjeiras foi campeão nacional.
Dez anos depois, porém, a realidade é praticamente oposta: o Fluminense não possui um patrocinador master e tampouco convive com um poder financeiro. Muito pelo contrário, o Tricolor possui uma das grandes dívidas do futebol brasileiro e precisa se reinventar neste sentido para reforçar o elenco. Após a divulgação dos resultados, Mário Bittencourt comentou sobre a Unimed, que cobra valores de dívidas na justiça.
O Fluminense precisa
reparar muitas coisas, principalmente organizar suas dívidas, entre
outras coisas. O Celso fez parte da patrocinadora durante muito tempo. A
patrocinadora busca seus direitos e o Fluminense se defende. Na época o
Celso saiu da presidência e caso tenha uma decisão a favor do
Fluminense, ficarei feliz. Caso contrário, vamos buscar honrar os
compromissos - admitiu o novo presidente.
A nova realidade traz
dívidas e problemas ainda maiores. A busca por resolver as questões
financeiras será a prioridade, de acordo com os dois, seja pela procura
de novos patrocinadores ou negociando os débitos negativos. Mário
Bittencourt, indo mais à frente, afirma que a marca do clube é
representativa e que vai buscar uma melhor relação com as pessoas "do
outro lado" da relação.
- As pessoas comentam comigo que o problema não é estar devendo, mas sim o jeito que trata os credores. Não dá uma satisfação, uma atenção a esses problemas. A nova realidade vai depender de nós. O Fluminense está mais vivo do que nunca e apenas em uma candidatura tivemos diversas conversas. Nossa marca é muito atrativa. Nós somos a história. As pessoas que sentam nessa cadeira precisam entender a grandeza do clube - completou.
- As pessoas comentam comigo que o problema não é estar devendo, mas sim o jeito que trata os credores. Não dá uma satisfação, uma atenção a esses problemas. A nova realidade vai depender de nós. O Fluminense está mais vivo do que nunca e apenas em uma candidatura tivemos diversas conversas. Nossa marca é muito atrativa. Nós somos a história. As pessoas que sentam nessa cadeira precisam entender a grandeza do clube - completou.
https://www.lance.com.br/fluminense/dividas-problemas-nova-realidade-mario-celso.html
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O PREJUÍZO DE GESTÕES PASSADAS
AS FINANÇAS DO FLUMINENSE EM 2018:NEM AUSTERIDADE E VENDA DE ATLETAS SALVAM O CLUBE DA CRISE
Fonte: GloboEsporte.com por Rodrigo Capelo19/07/2019
O PREJUÍZO DE GESTÕES PASSADAS
AS FINANÇAS DO FLUMINENSE EM 2018:NEM AUSTERIDADE E VENDA DE ATLETAS SALVAM O CLUBE DA CRISE
Fonte: GloboEsporte.com por Rodrigo Capelo19/07/2019
Poucos
presidentes tiveram anos tão intensos e desgastantes quanto Pedro Abad. Como presidente do
Fluminense, o dirigente passou por todo tipo de situação. No futebol,rescindiu
com jogadores icônicos e sofreu com maus
resultados, decorrentes da falta de investimento. Para a opinião pública,
tornou-se uma espécie de personificação da crise tricolor. "Fora, Abad!",
gritavam as arquibancadas. Na política, foi ameaçado de impeachment e
pressionado para renunciar.Acabou por antecipar as eleições para deixar o cargo
numa terceira via menos dolorosa. Abad saiu. E agora todos poderão descobrir se
ele era a razão da crise.
A
fulanização induz o público a achar que o problema é a pessoa, não o sistema.
No Fluminense é ainda mais fácil ser induzido a ela. Abad fez a parte dele para
ganhar a antipatia da torcida. Desde a sua chegada na presidência, austeridade
deve ter sido a palavra mais pronunciada por ele. Tem coisa mais grave do que
corte de gastos e reforços pouco expressivos? Contribui a falta de habilidade
do dirigente na oratória e na maneira de defender publicamente a sua
mentalidade. Apoiado pelo ex-presidente Peter Siemsen
e ex-membro de seu conselho fiscal, Abad tinha a pecha de continuidade de uma gestão
temerária. Foi fácil odiar Abad.
Títulos recentes e uma
certa ignorância sobre a história tricolor também facilitam a fulanização. O
Fluminense foi campeão brasileiro duas vezes, com times repletos de ídolos, e
disputou até final de Libertadores. O futebol deu a impressão de que as coisas
iam bem, por mais que todos soubessem que as conquistas estavam vinculadas ao
patrocínio da Unimed. Na realidade, o clube nunca se recuperou das crises –
financeira, esportiva e política – pelas quais passou nos anos 1990.
Nos 17 anos percorridos desde 2002 até 2018, o
Fluminense teve prejuízo em 16 deles. Apesar dos troféus e dos
ídolos, não fechou a conta nem nas melhores temporadas. Durante todo esse período, o endividamento
sempre representou quatro vezes o faturamento – e nem dá para
garantir que os números informados nos balanços eram totalmente verdadeiros.
Como se você somasse todos os salários que tem a receber por um ano inteiro de
trabalho, e as suas dívidas fossem quatro vezes maiores. A vida pôde ser mais
confortável enquanto um tio pagou as suas contas, mas você, mesmo, sempre
esteve quebrado.
Em todo esse período,
houve apenas um ano razoavelmente positivo. Em 2016, último da administração de
Siemsen. A relação entre receitas e dívidas foi menor do que duas vezes. Só que o retrato
não condizia com a realidade. Por um lado, aquele foi o ano em que o Fluminense
recebeu R$ 80 milhões em luvas (prêmio) por um novo contrato de televisão. Por
outro lado, o balanço não reconheceu dívidas trabalhistas que só foram trazidas
à luz mais tarde, quando uma nova auditoria externa foi contratada para passar
um pente fino no endividamento. O ônus da apresentação do quadro realista para
torcida e mercado coube a Abad.
Décadas de problemas financeiros crônicos desaguaram na
crise atual, em que salários de jogadores e funcionários atrasam aos meses ao mesmo tempo em que a torcida exige
reforços. Período no qual nos concentraremos com um pouco mais de detalhe daqui
em diante.
Na
arrecadação, o Fluminense tem grande dificuldade para fazer dinheiro a partir
de seu departamento comercial – justo a área que esteve resolvida por mais de
uma década, enquanto teve todo seu uniforme vendido para a Unimed. Em 2018, o
clube chegou ao valor mais baixo arrecadado com patrocínios em pelo menos dez
anos.
Receitas
diretamente ligadas à torcida também caíram. Bilheterias, sócios torcedores e
quadro social rendem pouco dentro do orçamento tricolor, proporcionalmente, e
muito menos quando comparados ao Flamengo. Nenhum dos dois possui estádio
próprio para disputar partidas de primeira divisão, ambos dependem do Maracanã,
mas os flamenguistas fazem três vezes mais dinheiro com a torcida.
Neste
quadro, só existe uma fonte de receita estável e confiável. A televisão.
Direitos de transmissão foram reajustados recentemente e em 2018 representaram
40% do faturamento. Só que os cerca de R$ 100 milhões são insuficientes para
colocar o time em campo e ainda dar conta das dívidas deixadas por
administrações passadas.
O Fluminense, então, recorre às
transferências de jogadores e tem o mérito de fazê-las em volume relevante. Na
temporada passada, foram recebidos também cerca de R$ 100 milhões líquidos de
participações de empresários. Na administração de Abad, inclusive, este valor
triplicou em relação ao que vinha sendo produzido por Siemsen antes dele.
Correto seria montar um orçamento que não precisasse das
vendas de jogadores, mas, no caso de um clube que pretende não ser rebaixado
para a segunda divisão, seria impossível fazê-lo com R$ 100 milhões a menos. E
aí não há solução fácil. Se as receitas com patrocínios, bilheterias e sócios
torcedores não aumentam consideravelmente, o dirigente precisa reduzir custos
literalmente para não quebrar.
Abad
praticou a austeridade que prometeu. A folha salarial do futebol profissional
foi reduzida duas vezes consecutivas em seus dois anos de mandato.Com a décima
folha da primeira divisão, fica difícil esperar por muito mais do que o meio da
tabela. O presidente também cortou gastos administrativos. E mesmo assim o
Fluminense continuou a fechar com prejuízos ambos os exercícios fiscais, 2017 e
2018.
A
operação em si – esta conta básica entre receitas e despesas, que termina no
vermelho todo ano – é só a parte superficial da análise financeira. Mais
difícil ainda, sobretudo no caso do Fluminense, é o endividamento e os impactos
que ele gera sobre a administração em seu cotidiano. Neste aspecto, embora
carregue o mérito de ter revelado dívidas que vinham sendo ocultadas, Abad
carrega os piores resultados.
Apesar dos esforços em reestruturar o endividamento, por
meio de acordos com credores e da manutenção de acordões como o Ato Trabalhista
e o Profut, a última diretoria viu o endividamento continuamente ficar mais
grave. Não se trata só do número bruto. Ao classificar as dívidas conforme o
prazo para o pagamento delas, encontra-se que o endividamento tricolor de curto
prazo piorou muito.
O
Fluminense que começou a temporada de 2019 tinha nada menos do que R$ 265
milhões em dívidas de curto prazo, que precisariam ser pagas nos 12 meses
seguintes. Mesmo que a cota de televisão e toda a venda de atletas fossem destinadas
apenas para pagar dívidas, sem considerar despesas do cotidiano, seria
impossível pagar todo mundo.
A
tradução de todos esses números em realidade funciona da seguinte maneira. O
Fluminense começa a temporada com salários e décimo terceiro atrasados,
pressionado pela torcida para fazer contratações e ter uma performance
condizente com sua importância histórica. Não dá para contratar ninguém com
custos para a compra de direitos federativos. Pelo contrário, é preciso vender.
E
o clube vende. Saem Ibañez, Ayrton Lucas, João Pedro, Sornoza e Léo Peé.
A soma de todas essas transferências
é relevante, chega a quase R$ 76 milhões, mas o clube mal vê a cor do dinheiro.
Quando são subtraídos os repasses de direitos econômicos e as comissões para
terceiros, este valor cai para R$ 38 milhões. Não acabou aí. As dívidas
protestadas na Justiça fazem com que sejam aplicados bloqueios e penhoras sobre
este valor. Quando são descontadas essas penhoras, sobram R$ 5 milhões.
Uma vez que o marketing e a torcida contribuem pouco para as contas, e a verba
da televisão já foi usada em outras obrigações, é desse dinheiro obtido com
atletas que precisam sair os pagamentos de salários atrasados. Antes deles, no
entanto, são separados R$ 1,2 milhão para honrar com o Ato Trabalhista e R$ 700
mil para pagar o Profut. Essas dívidas estão representadas no gráfico abaixo, a
primeira entre as trabalhistas, e a segunda como fiscal. Se não forem ambas
levadas a sério, penhoras e bloqueios aumentam e agravam a situação.
Sobraram pouco mais do
que R$ 3 milhões para pagar os salários atrasados. Pronto, não há mais nada a
deduzir sobre aquela venda de seis jogadores importantes para o elenco
profissional. O dinheiro não é suficiente nem para pagar um mês. E já não há
mais atletas nem para levar ao mercado de transferências, nem para colocar em
campo e elevar a chance de sucesso esportivo. Tudo isso aconteceu em 2019.
Mário Bittencourt foi eleito
presidente. Junto dele, como vice, está o ex-presidente da Unimed Rio Celso Barros. Ambos têm
discursos afinados com a realidade. Na mesma medida em que falam dos problemas
financeiros, tentam animar o entorno com a promessa de que “oFluminense está
mais vivo do que nunca A responsabilidade que recai sobre eles é imensa. Diante
da realidade que se impõe nas finanças, soluções imediatas são improváveis.
Levará tempo até que eles consigam tirar o clube da crise. E se não entregarem
resultados melhores e mais rápidos do que o antecessor, Pedro Abad, podem como
ele ter suas imagens comprometidas pela fulanização que o povo gosta.
https://globoesporte.globo.com/blogs/blog-do-rodrigo-capelo/post/2019/07/19/as-financas-do-fluminense-em-2018-nem-austeridade-e-vendas-de-atletas-salvam-o-clube-da-crise.ghtml
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