Fonte: NETFLU 23/10/2019 por Leandro Dias
Os Esportes Olímpicos (EOs) sempre são tema de discussão entre
tricolores no âmbito virtual. Mas será que atividades como basquete,
vôlei, pólo aquático e tantas outras prejudicam o andamento do
departamento futebol? Oneram os cofres do clube? Conselheiro, Marcelo
Souto, que tentou se candidatar à presidência do Fluminense no último
pleito, apresentou um requerimento na última terça-feira que reacende a
polêmica. O advogado, que não conseguiu as 200 assinaturas necessárias
para disputar com Mário Bittencourt e Ricardo Tenório, quer a extinção
dos EOs.
– A petição foi encaminhada aos Conselheiros do Fluminense,
visando a obtenção de 30 assinaturas para convocar reunião do Conselho
Deliberativo, e por em prática o Ato Normativo, conforme o estabelecido
pelo Estatuto do clube. Trato de dois pontos no requerimento
basicamente: a suspensão de todas as atividades olímpicas e a elaboração
de plano de ações/ metas visando viabilizar financeiramente o social –
contou Marcelo, em entrevista ao NETFLU.
Souto argumentou de o porquê pleiteia o encerramento das atividades desportivas no clube:
– O futebol é a razão da nossa existência, e ao contrário de outros
três (três) clubes de regatas do Rio de Janeiro, nós nascemos para a
prática deste esporte. O Fluminense vive uma situação financeira
crítica. Diante disso precisamos aumentar receitas e cortar
desperdícios. Da mesma forma, é público e notório que as unidades Social
/ Olímpico operam no negativo, basta olharmos o último estudo elaborado
pelo ITAU BBA por exemplo. Como a transparência segue sendo um dos
muitos problemas da gestão do clube, não é possível saber com riqueza de
detalhes mês a mês, unidade a unidade. O que podemos afirmar, de acordo
com os balancetes apresentados, é que estas unidades apresentam
resultados operacionais negativos. No corrente ano o primeiro trimestre
apresenta déficit na casa de 5 milhões, já no segundo trimestre
duplicamos este déficit em mais 10 milhões no período, totalizando até o
fim do mês de junho cerca de 15 milhões no negativo. Esses recursos
ou a falta de zelo desses recursos fazem falta ao fluxo de caixa do
clube, e, principalmente, a melhorar o produto futebol.
Questionado se este movimento já seria visando 2022, ano da próxima
eleição do Fluminense, Marcelo Souto nega, mas não esconde que tem
planos, juntamente com seu grupo político Esperança Tricolor, de
recuperação da instituição.
– Vamos por partes para que não se confunda e não se faça julgamento
equivocado. Sobre os temas tratados preciso colocar uma cronologia para
que se entenda o porque destas ações: o balanço de 2018 publicado em
2019 sinalizou o retorno agressivo dos prejuízos destas unidades. Nesse
momento fiz campanha, levantei essa bandeira e, com sinceridade, é o
caminho mais rápido e seguro, um ato presidencial. Alertei e fomentei o
debate. Seguimos acompanhando os balancetes divulgados pelo clube, e
aguardei a nova diretoria para que eles colocassem em prática o que
prometeram: unidades de negócios separadas e transparência via portal.
Passado esse tempo, que considero justo para por em prática estas
medidas, e sentindo que não há norte sinalizado para resolução desses
temas, procurei o caminho mais difícil, via conselho deliberativo. E o
porque esses assuntos viram tabu, e varrem pra debaixo do tapete? Porque
nesse mesmo conselho quem se posicionar favorável à instrução (ao
requerimento) e contra o interesse de alguns, pode estar assinando a
sentença de morte política. Observe que na última década tivemos uns 10
candidatos, quais foram os que falaram desse tema? Porque não falaram?
Se omitem pelo status quo adquirido, é a política de clube de bairro –
declarou Souto, para, em seguida, completar:
– A minha ideia sempre foi de ser propositivo à Instituição e
trabalhar a cabeça do nosso torcedor, a conscientizá-los. Eu e meu grupo
Esperança Tricolor temos ideais fixos, e um projeto. Um projeto para o
clube. Por tudo isso deixo claro que o ato é pela conscientização da
torcida, e o requerimento é pela Instituição. O apelo popular será
essencial para tirarmos a velha política da zona do conforto, e
colocarmos dedos nas feridas abertas ao longo dos anos, e, assim,
transformarmos, juntos, o Fluminense.
O grupo Esperança Tricolor, do qual Marcelo Souto compõe, apoiou
Pedro Abad na eleição de 2017. Fez parte da coalizão denominada Flu
Unido e Forte, que também era integrada pelos grupos Flu 2050, Por Amor
ao Fluminense e MR21.
O Esperança Tricolor rompeu com a administração Abad no início de
abril de 2018. Poucos dias depois, todo o Unido e Forte deixou a gestão.
Conselheiro Marcelo Souto(acima) foi pré-candidato à presidência do Fluminense
https://www.netflu.com.br/em-requerimento-conselheiro-pede-suspensao-dos-esportes-olimpicos-no-fluminense/
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