Fonte: Explosão Tricolor 28/10/2019
Apesar do delicadíssimo momento do
Fluminense no Campeonato Brasileiro, não há como ficar calado com
relação às últimas movimentações e declarações sobre um tema que tem
sido bastante debatido de uns tempos pra cá: Esportes Olímpicos.
Primeiramente,
quem conhece o Fluminense a fundo, sabe que a turma dos Esportes
Olímpicos é a mais engajada politicamente de todo o quadro social do
clube. Sendo assim, o capital político que eles possuem é disputado por
todas as correntes políticas. Vale ouro, ou melhor, vale o poder. A
história do clube mostra isso por mais que tentem omitir ou mascarar da
grande massa.
De uma semana para cá, os
Esportes Olímpicos voltaram a ganhar destaque nos bastidores do
Fluminense através de um requerimento encabeçado pelo conselheiro
Marcelo Souto, que chegou a ser pré-candidato à presidência na última
eleição. No documento enviado aos conselheiros consta o pedido de
encerramento das atividades relacionadas aos Esportes Olímpicos. Em
entrevista coletiva concedida na última sexta-feira (25), o presidente
Mário Bittencourt chegou a comentar sobre o pedido protocolado pelo
conselheiro.
“Fiquei sabendo ontem (24) à noite. Vejo o requerimento de caráter político. Não há porque a gente extinguir ou paralisar ou injetar recurso em setor nenhum do clube sem ter avaliação de quanto custa tudo e a relevância de quanto temos de receita de cada departamento. É fato público e notório que o Fluminense é futebol clube. Toda grande parte da receita é oriunda do futebol e assim será para todo o sempre. O departamento de futebol do Fluminense operacionalmente, sempre digo isso, vai dar sempre resultado positivo. A questão é que a quantidade de dívidas construídas no passado, especialmente por decisões equivocadas, não aproveitamento de boas parcerias… A dívida come mais de 50% da receita ordinária do clube e, se jogar a dívida dentro do balanço, tudo dá prejuízo. Mas, operacionalmente, o futebol é superavitário. Ele fatura mais do que gasta. Dar lucro não significa que tem dinheiro suficiente para que a gente possa investir”, disse o presidente.
Ainda na entrevista coletiva, o presidente Mário Bittencourt falou sobre a análise de custos de todos os departamentos que está sendo realizada. Inclusive, o mandatário tricolor relatou alguns problemas identificados em algumas áreas.
“Há profissionais que estão fazendo análise dos custos de todos os departamentos do clube. Não vou citar nomes e situações, mas identificamos algumas coisas mal computadas. Tem departamento do clube que usa a água e não paga, quem paga é outro departamento. Estamos identificando isso e depois vamos apresentar internamente quem terá de apertar o sapato e quem terá de buscar receitas. Eu posso afirmar que 90% da receita é do futebol, mas também 90% é gasto no futebol. Queremos implementar um modelo que independa das pessoas. Meu legado será deixar isso. O Fluminense tem de funcionar de forma automática.
Pois é, apesar da explicação dada pelo presidente Mário Bittencourt, não há como omitir uma informação publicada no balancete contábil do Fluminense referente ao primeiro semestre. No referido documento, consta que o total de receitas Patrimoniais/Sociais foi de R$ 7.219.000,00 nos seis primeiros meses do ano. Porém, no mesmo documento consta que o custo total do Departamento Social e outros Esportes foi de R$ 22.305.000,00. Ou seja, entre receitas e custos, o Social e os Esportes Olímpicos deram um prejuízo total de pouco mais de R$ 15 milhões, que, divididos pelo período de seis meses, resulta um valor de R$ 2,5 milhões mensais.Vale ressaltar que o BackOffice (custos administrativos) do clube deu um considerável salto de R$ 1,9 milhões, em 2018, para R$ 3,7 milhões mensais, em 2019. Considerando que a Ernst & Young realizou uma consultoria logo no início da gestão anterior, com o objetivo de ajudar no processo de profissionalização, e que era de conhecimento público a calamitosa situação financeira do clube, é impossível não questionar os motivos do aumento, que acabaram impactando ainda mais no futebol.
“Fiquei sabendo ontem (24) à noite. Vejo o requerimento de caráter político. Não há porque a gente extinguir ou paralisar ou injetar recurso em setor nenhum do clube sem ter avaliação de quanto custa tudo e a relevância de quanto temos de receita de cada departamento. É fato público e notório que o Fluminense é futebol clube. Toda grande parte da receita é oriunda do futebol e assim será para todo o sempre. O departamento de futebol do Fluminense operacionalmente, sempre digo isso, vai dar sempre resultado positivo. A questão é que a quantidade de dívidas construídas no passado, especialmente por decisões equivocadas, não aproveitamento de boas parcerias… A dívida come mais de 50% da receita ordinária do clube e, se jogar a dívida dentro do balanço, tudo dá prejuízo. Mas, operacionalmente, o futebol é superavitário. Ele fatura mais do que gasta. Dar lucro não significa que tem dinheiro suficiente para que a gente possa investir”, disse o presidente.
Ainda na entrevista coletiva, o presidente Mário Bittencourt falou sobre a análise de custos de todos os departamentos que está sendo realizada. Inclusive, o mandatário tricolor relatou alguns problemas identificados em algumas áreas.
“Há profissionais que estão fazendo análise dos custos de todos os departamentos do clube. Não vou citar nomes e situações, mas identificamos algumas coisas mal computadas. Tem departamento do clube que usa a água e não paga, quem paga é outro departamento. Estamos identificando isso e depois vamos apresentar internamente quem terá de apertar o sapato e quem terá de buscar receitas. Eu posso afirmar que 90% da receita é do futebol, mas também 90% é gasto no futebol. Queremos implementar um modelo que independa das pessoas. Meu legado será deixar isso. O Fluminense tem de funcionar de forma automática.
Pois é, apesar da explicação dada pelo presidente Mário Bittencourt, não há como omitir uma informação publicada no balancete contábil do Fluminense referente ao primeiro semestre. No referido documento, consta que o total de receitas Patrimoniais/Sociais foi de R$ 7.219.000,00 nos seis primeiros meses do ano. Porém, no mesmo documento consta que o custo total do Departamento Social e outros Esportes foi de R$ 22.305.000,00. Ou seja, entre receitas e custos, o Social e os Esportes Olímpicos deram um prejuízo total de pouco mais de R$ 15 milhões, que, divididos pelo período de seis meses, resulta um valor de R$ 2,5 milhões mensais.Vale ressaltar que o BackOffice (custos administrativos) do clube deu um considerável salto de R$ 1,9 milhões, em 2018, para R$ 3,7 milhões mensais, em 2019. Considerando que a Ernst & Young realizou uma consultoria logo no início da gestão anterior, com o objetivo de ajudar no processo de profissionalização, e que era de conhecimento público a calamitosa situação financeira do clube, é impossível não questionar os motivos do aumento, que acabaram impactando ainda mais no futebol.
A Opinião do site Explosão Tricolor
Definitivamente, a atual gestão tem a
obrigação de concluir o mais rápido possível a análise de custos de
todos os departamentos mencionada pelo presidente Mário Bittencourt, em
especial, as pastas referentes aos Esportes Olímpicos e Social.
Sobre
a manutenção ou não do Social e Esportes Olímpicos, não tenho dúvida
alguma em afirmar que, se ambas não forem auto-sustentáveis, as suas
respectivas atividades devem ser encerradas. Os números do primeiro
semestre apontados no balancete são alarmantes. Confesso que já estou
curioso para ver como será o parecer do Conselho Fiscal sobre as contas
de 2019 e, principalmente, a postura do futuro Conselho Deliberativo,
que será empossado em dezembro.
O grande
ponto de interrogação desse problemático cenário é a questão política.
Na última eleição, os Esportes Olímpicos apoiaram a candidatura de Mário
Bittencourt. Inclusive, eles possuem uma considerável fatia no atual e
no próximo Conselho Deliberativo. Além disso, os conselheiros
beneméritos também representam os interesses do Social e Esportes
Olímpicos.
A permanência na Série A é de
vital importância para a sobrevivência do Fluminense pelo fato da
drástica redução de cotas de TV. Para quem não sabe, essa redução seria
aproximadamente de R$ 60 milhões para R$ 6 milhões.
Mais
do que nunca, a atual gestão terá que buscar o caminho da
profissionalização acompanhada de total transparência e, principalmente,
rompimento com todo o ciclo vicioso existente há décadas na Rua Álvaro
Chaves, 41, pois já estamos em 2019, entretanto, o Fluminense ainda está
parado nos anos 80. A bola não entra por acaso…
Obs.: se
você leu até aqui, seria interessante ler uma declaração dada pelo
ex-presidente Pedro Abad envolvendo documentos com ausências de
assinaturas da Contabilidade e do Jurídico.veja!
Forte abraço e ST!
Vinicius Toledohttps://explosaotricolor.com.br/a-pesada-conta-do-social-e-dos-esportes-olimpicos-no-fluminense/