Fonte: Lance Por Pedro Brandão e Márcio Dolzan 31/10/2025
Sob administração de Flamengo e Fluminense por mais 20 anos, o Maracanã pode ser incluído na lista de bens do Rio de Janeiro que poderão ir a leilão para auxiliar no pagamento da dívida com a União. A medida foi anunciada após reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na quarta-feira (22). O Tricolor tem uma prioridade definida no meio desse caso: a manutenção da concessão. A decisão de leilão do Maracanã ainda não é definitiva, mas desde já levanta uma série de questões. Uma delas diz respeito justamente ao contrato firmado pelo Executivo estadual com o consórcio Fla-Flu Serviços S.A., Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída pelos dois clubes e que desde ano passado administra o estádio. O contrato foi assinado em setembro de 2024 e prevê que a administração do estádio ficará sob responsabilidade dos clubes até 2044. Mas o acordo deixará de existir se o Maracanã de fato for à leilão. Caso isso aconteça, Flamengo e Fluminense teriam direito a receber 10% do valor total do contrato (o equivalente a cerca de R$ 40 milhões, corrigidos) pela quebra do acordo, além de serem ressarcidos pelos valores já investidos no estádio, descontada a depreciação do imóvel. Do lado do Tricolor a prioridade é a manutenção do formato atual. Caso o Maracanã seja colocado à venda, o cenário é diferente. O Flu passaria a ser um dos interessados em comprar o estádio, inclusive em parceria com o Flamengo. Nesse momento, o Fluminense vê a possibilidade de se tornar uma SAF. O clube tem uma proposta apresentada pela Lazuli Partners em mãos. Com isso, a situação do Maracanã ganha um componetente a mais, uma vez que o grupo de investidores também tem interesse em adquirir o estádio, o que ainda pode ocorrer em parceria com o Flamengo.
MAS O MARACANÃ IRÁ MESMO A LEILÃO?
A venda de imóveis públicos é uma opção para amortizar a dívida do Estado do Rio com a União. A possibilidade do Maracanã ir a leilão, contudo, ainda não é definitiva. O estádio foi incluído na lista pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). O parecer, contudo, ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Casa.— Atualmente, o Governo do Estado paga fortunas de manutenção do Complexo do Maracanã, sem uma concessão longeva. O Executivo gasta, em média, R$ 1 milhão com cada partida realizada no estádio — argumentou o presidente da CCJ, Rodrigo Amorim (União), ao incluir o Maracanã na lista de bens leiloáveis. A justificativa, contudo, contrasta com o que diz o contrato de concessão do Maracanã. O documento firmado entre o governo e o consórcio Fla-Flu prevê que o Estado receba R$ 20 milhões por ano pela outorga, divididos em quatro parcelas trimestrais. Além disso, uma quantidade generosa de assentos está garantida ao Executivo estadual.
"O futuro gestor do Complexo deverá preservar o direito de uso exclusivo e sem ônus das Tribunas de Honra existentes no Estádio do Maracanã e do Ginásio do Maracanãzinho, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, em todos os eventos ali realizados. Além das mencionadas Tribunas, também deverá ser disponibilizado para uso exclusivo e sem ônus do Governo do Estado do Rio de Janeiro 07 (sete) camarotes – 317, 318, 319, 320, 321, 322 e 330 no Setor Oeste do Estádio, incluindo serviços (buffet) e uma cota de 40 (quarenta) vagas de estacionamento; complementa esta obrigação uma cota de 200 (duzentos) ingressos no setor oeste inferior do Estádio do Maracanã em todos os jogos de futebol que venha a ser realizados e 60 (sessenta) ingressos nos eventos realizados no Ginásio Gilberto Cardoso (Maracanãzinho)", diz o contrato de concessão.
Caso a Alerj autorize o leilão do Complexo Maracanã, a própria Fla-Flu Serviços S.A. poderia ser habilitar.
— A legislação não impede a participação da atual concessionária em eventual licitação na modalidade leilão, desde que cumpra os requisitos do edital — afirma Pedro Trengrouse.
https://www.lance.com.br/fluminense/fluminense-tem-prioridade-definida-em-caso-de-venda-do-maracana.html
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GLOBO DEFENDE VENDA DO MARACANÃ E REFORÇA PROTAGONISMO DO FLAMENGO NO DEBATE
Fonte: Matheus Celani
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.
O debate sobre a venda do Maracanã ganhou força nesta sexta-feira (24) após um editorial publicado por O Globo defender a privatização do estádio. O texto afirma que a medida beneficiaria “o governo, as torcidas e o futebol”, desde que o comprador preserve o valor histórico e mantenha o local como palco dos clássicos cariocas. A publicação surge poucos dias depois da reunião entre o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, e deputados, entre eles Rodrigo Bacellar e Alexandre Knoploch, relator do projeto que autoriza o Governo do Rio de Janeiro a vender o estádio. A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Alerj e ainda passará por votação em plenário. O editorial do 'O Globo' classifica como “oportuna” a inclusão do Maracanã, do Maracanãzinho, do Parque Aquático Júlio Delamare e do antigo Estádio Célio de Barros na lista. O argumento é de que “não faz sentido o governo possuir ou administrar um estádio de futebol”, diante do custo de manutenção e do rombo de quase R$ 19 bilhões previsto para 2026.
Parlamentares que defendem a venda mencionam o Flamengo como possível comprador. O deputado Knoploch, aliás, já havia declarado que o Flamengo “é o único com capital financeiro e torcida suficientes para manter o estádio de pé”.
A publicação do jornal reforça esse discurso político. O texto cita que o Complexo Maracanã poderia render cerca de R$ 2 bilhões ao Estado, valor que ajudaria a abater parte da dívida pública.
"Estima-se que o conjunto formado por Estádio Mário Filho, Maracanãzinho, Parque Aquático Júlio Delamare e pelo antigo Estádio Célio de Barros, de atletismo, possa ser vendido por R$ 2 bilhões."
"Na ponta do lápis, é menos que o custo de um estádio novo, como o que o Flamengo projeta erguer na região do Gasômetro. Com a vantagem de já haver experiência de clubes na gestão", diz trecho do editorial do O Globo.
Dúvidas sobre a possível venda do Maracanã
O projeto, no entanto, levanta uma série de dúvidas jurídicas e patrimoniais. O estádio é tombado pelo Iphan desde 2000, o que impõe restrições a mudanças estruturais e de uso.
Além disso, a atual concessão garante a gestão de Flamengo e Fluminense até 2044, com previsão de investimento de R$ 186 milhões e pagamento anual de R$ 20 milhões ao Estado. O MundoBola Flamengo entrou em contato com o Iphan para esclarecer se o tombamento impede a venda, se o órgão foi consultado pelo governo e quais seriam as obrigações de preservação em caso de alienação. O instituto informou que esses pontos precisam de apuração interna e deve se manifestar em breve.
Também foram enviados questionamentos ao deputado Rodrigo Amorim, presidente da CCJ, sobre a manutenção do uso esportivo, o direito dos clubes de seguir atuando no local e as prerrogativas do Estado após uma possível venda. Em caso de resposta, a matéria será devidamente atualizada.
Impacto esportivo e posição dos clubes
O Maracanã está sob concessão compartilhada de Flamengo e Fluminense desde 2024, quando modelo se tornou definitivo, com validade de 20 anos. Procurada, a administração do estádio afirmou que “descobriu o assunto pela imprensa” e que, por enquanto, “não há motivo para preocupação”.
Apesar da postura cautelosa, o clube segue no centro da discussão. A publicação do editorial reforça o discurso político que associa o Flamengo à possível compra do estádio e amplia o debate sobre o futuro do complexo.
Caso o projeto avance, o governo do Estado precisará lidar com o contrato vigente, o tombamento e o papel social do Maracanã como patrimônio esportivo do Rio de Janeiro. Ainda sem data para ser votada, a proposta que autoriza a venda do estádio movimenta o cenário político e esportivo.
A convergência entre o discurso de deputados e o posicionamento editorial cria um novo capítulo na disputa em torno do Maracanã, agora discutido não apenas como concessão, mas como bem público que pode ser definitivamente transferido à iniciativa privada. O tema deve seguir em pauta em 2026, ano de eleições.
https://fla.mundobola.com/globo-defende-venda-do-maracana-e-reforca-protagonismo-do-flamengo-no-debate/
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Venda do Maracanã: projeto da Alerj mira o Flamengo e tem eleições de 2026 como pano de fundo
Por Gabriel Barreira e André Coelho Costa 24/10/2025
Segundo apurou o RJ2, inclusão do estádio em lista de imóveis a serem vendidos tem como um dos objetivos neutralizar jogada de Paes a favor de estádio próprio para o rubro-negro.
A inclusão do complexo do Maracanã no projeto de lei que lista imóveis a serem vendidos pelo Governo do Rio de Janeiro é tida por deputados como um primeiro passo para fazer do estádio um equipamento mais rentável aos cofres públicos. E, segundo apurou o RJ2, pode transformar o Maraca em um importante ativo eleitoral.
A lista foi aprovada pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na última quarta-feira (22). O projeto ainda precisa ser votado no plenário da Alerj, onde poderá receber novas emendas. O objetivo das vendas é quitar dívidas do Rio com a União.
Presidente da CCJ, o deputado Rodrigo Amorim (União Brasil) afirmou que a ideia surgiu de uma reunião em que estavam presentes ele, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Batista, o Bap, o deputado Alexandre Knoploch (PL) e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), pré-candidato ao Governo do Rio em 2026.
"Tivemos uma reunião recente inclusive com o presidente do Flamengo no gabinete do presidente Rodrigo Bacellar. E é fundamental que o Estado dê uma destinação (ao estádio)", afirmou Amorim.

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