Por Léo Burlá 26/01/2019
A arquibancada pediu, Pedro
Abad cedeu. Das 9h às 18h deste sábado, os sócios do Fluminense com direito a
voto irão à sede do clube para decidirem se concordam com a antecipação do fim
do mandato do atual presidente. A assembleia geral marcada para este sábado
(26) demarca ainda mais as diferenças em um clube rachado sob o ponto de vista
político, que só converge em um ponto: a mudança é necessária.
Apesar deste raro ponto em
comum, a forma como a sucessão presidencial deve ocorrer expõe ainda mais as
divisões. Um dos nomes mais fortes na corrida eleitoral, Pedro Antonio defendeu
a renúncia imediata do presidente, ponto defendido também por nomes como Cacá
Cardoso (ex-vice geral) e Diogo Bueno (ex-vice de finanças). A hipótese, no
entanto, foi prontamente rechaçada por Abad, que não esconde a mágoa com o
grupo que abandonou a atual gestão. Caso a renúncia se concretizasse, Fernando
Leite, presidente do Conselho Deliberativo, assumiria o cargo e teria um prazo
de 45 para convocar nova eleição. Neste cenário, o novo dono do cargo ficaria
apenas até dezembro, tese essa combatida por uma parcela considerável de
conselheiros e sócios. Como Abad não pedirá o boné por livre e espontânea
vontade, há um movimento que tenta fazer com que a maioria das pessoas vote
"não" pela mudança do estatuto. Desta forma, o atual dono do cargo
cumpriria o seu período e um novo pleito ocorreria em novembro. Manobras de
bastidores aconteceram nos últimos dias, especialmente na Justiça. A sócia
Letícia Tavares pediu a impugnação da assembleia, mas não teve seu pedido
acatado. O recurso impetrado alega que a possível antecipação fere direitos de
sócios que só se tornariam aptos a votar e serem votados no pleito original,
programado para novembro. A cúpula do Flu entende que está amparada pelo estatuto,
mas a sombra de novas tentativas judiciais existe e preocupa. Paralelamente, a
maioria dos conselheiros votou, em sessão da última terça-feira, pela impugnação
do evento mas as lideranças da gestão não legitimam essa decisão e seguem os
preparativos para esse sábado. "O que disse desde sempre é que teria de haver
a renúncia imediata do presidente. Se ele tivesse saído no fim do ano, já
poderíamos ter elegido um novo presidente e o clube estaria caminhando. Estão
rasgando o estatuto", disse Pedro Antonio ao UOL Esporte. Em lado oposto
ao "mecenas do CT" está o trio formado por Mário Bittencourt, Ricardo
Tenório e Celso Barros, abertamente favoráveis à possibilidade de redução do
mandato de Abad e um prazo maior para o futuro presidente. O trio entende que a
convocação da assembleia é legal e se opõe às tentativas de melar o processo.
Os três são partidários de um prazo mais comprido para o futuro mandatário e alegam
que duas eleições num curto espaço de tempo seriam fatais para a saúde do clube.
Por meio de nota oficial, Bittencourt, Tenório e Barros, que ainda não
definiram quem seria o cabeça de chapa, defenderam seu ponto de vista:” "Somos a favor da
antecipação das eleições para que, seja lá quem assumir, possa organizar o
clube. Se a maioria dos sócios votarem pelo "sim" e tivermos as
eleições no primeiro semestre agora com mandato previsto até o fim de 2022,
concorreremos ao pleito. A vontade da torcida e de seus sócios prevalecerá.
Nada mais justo do que isso” Caso a trinca saia vitoriosa nesta tarde, os
tricolores voltarão às urnas até março para escolherem quem comanda os destinos
do Fluminense até 2022.
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