Decisões tomadas de forma isolada por Abad incomodam dirigentes. Eleição do novo presidente do Conselho Deliberativo determinará rumo de texto que tira poderes e profissionaliza o clube
Fonte: GE Hector Werlang, Rio de Janeiro 02/02/2018A invasão de torcedores ao salão nobre das Laranjeiras,, na última terça-feira, e o pedido de união feito , no dia seguinte, por Abel Braga, após a classificação à segunda fase da Copa do Brasil diante da Caldense, são duas consequências da crise do Fluminense.
Mas o que está por trás dela? O agravamento das dificuldades
financeiras e a maneira pela qual algumas medidas foram aplicadas
evidenciaram uma divergência entre integrantes da direção: decisões
tomadas de forma isolada pelo presidente Pedro Abad.
Paralelamente, a eleição do presidente do Conselho Deliberativo,
suspensa pelo protesto, gera disputa entre grupos políticos, afinal, a
reforma do estatuto está em jogo. Tudo isso caminha sob críticas e
pedidos de renúncia da torcida contra o mandatário tricolor.
Teoria da eleição x prática da gestão
Na campanha presidencial de 2016, Abad e a Flusócio, grupo político do
presidente, fizeram um acordo com a Unido e Forte, união de correntes
que compunham a então chapa de Cacá Cardoso (atual vice-presidente) e
Diogo Bueno (atual vice de finanças) - estes dois se uniram após a saída
de cena de Pedro Trengrouse. A ideia, ao agrupar modelo de gestão e
visões do Flu, era gerar maioria no eleitorado para não correr riscos de
perder o pleito a Mario Bittencourt ou Celso Barros.
Deu certo. A gestão, então, começaria com um acordo de compartilhar as decisões e divisão de representatividade política:
- Flusócio, na figura de Abad, ficou com a presidência do clube.
- Unido e Forte ficou com o Conselho Fiscal, presidido por Gustavo Donati.
- Esportes Olímpicos, tradicional aliado da Flusócio, ficou com o Conselho Deliberativo, presidido por José Guisard.
Acontece que, por motivos pessoais, Donati e Guisard renunciaram. No
Conselho Fiscal, houve o entendimento de todas as partes em ter Felipe
Dias (Flusósio), um dos três integrantes, como presidente. No Conselho
Deliberativo, o estatuto determina eleição, sem nova data após a
confusão de terça.
E aí há uma divergência entre a Flusócio e a Unido e Forte. Enquanto o
primeiro, para manter o acordo inicial, apoia Ricardo Lopes (Esportes
Olímpicos) o segundo entende que o combinado foi quebrado e sustenta
Fernando Leite (alinhado com a Unido e Forte), atual presidente em
exercício. É bem verdade que Miguel Pachá (indicação de Cacá Cardoso)
assumiu o Jurídico no lugar de Bruno Curi (Flusócio), mas o grupo do
vice-presidente não acha a troca suficiente. Há a tentativa ainda de alcançar um consenso.
As divergências
A gestão compartilhada teve a primeira divergência na votação das
contas do último ano da gestão de Peter Siemsen. Abad e a Flusócio
fecharam questão pela aprovação. Cacá Cardoso e a Unido e Forte, por
conta do que julgaram má administração dos recursos do clube, defenderam
a reprovação. A tumultuada sessão no Conselho Deliberativo resultou na
aprovação.
Houve mais desentendimentos. A decisão de Abad em ceder ingressos a
torcidas organizadas pegou de surpresa e desagradou aos colegas de
gestão. E, mais recentemente, o episódio de liberação de oito jogadores
obrigou a direção a fazer duas reuniões para manter a unidade.
O plano original, idealizado em julho passado para aliviar a folha
salarial, previa que as dispensas fossem feitas após a manutenção do
time na Série A, com comunicado presencial e posterior negociação.
Aconteceu de ser por telefone, durante as férias dos jogadores e às
vésperas da reapresentação do grupo.
Por que o novo estatuto é importante?
Nos últimos três anos, uma comissão de seis conselheiros estudou e elaborou o anteprojeto de reforma estatutária.Além de prever o fim da reeleição e profissionalizar a gestão do clube, alguns pontos tocam em temas polêmicos e, por vezes, encarados como perda de poder de conselheiros.
- Redução do número de conselheiros de 300 (até 150 eleitos e até 150 natos) para 150 (100 eleitos e 50 natos).
- Uniforme não precisa ser mais aprovado pelo Conselho Deliberativo.
- Conselho Deliberativo passa a validar metas da direção e, por consequência, vira co-responsável.
- Elaboração do orçamento prevê que atividades deficitárias sejam reformuladas e, em caso de resultado negativo, extintas.
O presidente a ser eleito, então, decidirá o rumo do anteprojeto.
Poderá ignorá-lo, poderá modificá-lo ou poderá colocá-lo em votação.
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OPINIÃO FLUNÔMENO
A crise do Fluminense já passou de financeira para política. Ao que parece, Abad está desesperado logo no primeiro mês do ano! Alianças feitas no passado estão prestes a se romper por conta da atual situação do clube. O portal Globoesporte fez uma matéria que elucida melhor essa história, e por esta razão, vou deixar o link abaixo para que vocês dêem uma olhadinha (texto do GE acima).
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OPINIÃO FLUNÔMENO
A crise do Fluminense já passou de financeira para política. Ao que parece, Abad está desesperado logo no primeiro mês do ano! Alianças feitas no passado estão prestes a se romper por conta da atual situação do clube. O portal Globoesporte fez uma matéria que elucida melhor essa história, e por esta razão, vou deixar o link abaixo para que vocês dêem uma olhadinha (texto do GE acima).
Ao que parece, nada do que foi acordado em campanha realmente funcionou
na prática. A torcida já não aguenta mais esse grupo político comandando
o clube, e a oposição já se une para tentar salvar o Fluminense. E
vocês, o que acham disso?! Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
Cacá Cardoso (vice presidente), Abad (presidente) e Peter Siemsen (antigo presidente). Foto: Divulgação.
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