Fonte: NET FLU
11/10/2016
Um dos candidatos à presidência do Fluminense, Mário Bittencourt
partiu para o ataque em relação ao que definiu como “uso da máquina” do
clube em favor de Pedro Abad, candidato da situação. Agora ex-advogado
do clube, ele divulgou um comunicado via assessoria de imprensa e citou
as ações de Peter Siemsen em favor do postulante ao cargo.
Confira o que Mário Bittencourt falou em comunicado à imprensa:
“Não podemos ver esse tipo de favorecimento a um candidato,
usando a máquina do Fluminense, sem nos posicionarmos. Quando venceu a
eleição, há seis anos, o atual presidente cobrou essa lisura dos que
governavam o clube. Hoje, vejo que tomou o mesmo caminho, privilegiando
um dos lados.
Quando se posicionaram esta semana sobre a minha proposta de o
meu escritório continuar defendendo o Fluminense de graça, a diretoria
disse que não iria misturar política com o dia a dia do clube. Hoje, o
candidato da situação é presidente do Conselho Fiscal e, mesmo
concorrendo à presidência, foi até o CT posar para fotos oficiais e dar
entrevistas para a TV do clube. Estão utilizando os veículos oficiais do
Fluminense para servir à chapa apoiada pelo presidente. Mas estes
veículos trabalham, ou deveriam trabalhar, para o clube, não para uma
determinada chapa.
No lançamento oficial da chapa, o presidente apresentou o projeto
de estádio. Mas se é um projeto do Fluminense, por qual motivo foi
lançado atrelado à uma chapa? Nesta ocasião, a TV Flu estava presente e
fez uma ampla cobertura. A matéria, inclusive, foi ao ar no horário
destinado ao Fluminense numa TV por assinatura com a logo de campanha da
chapa da situação. Está claro, documentado. Tanto que fui questionado
sobre isso quando anunciei minha candidatura. Naquele momento, me
perguntaram sobre a liberação, por parte do clube, da lista de sócios
aptos a votar na próxima eleição. Não entrei na discussão, iniciada por
outra chapa, mas acho que é o momento de exigirmos transparência. O
próprio presidente brigou muito para ter acesso à essa lista quando foi
candidato anteriormente, em sua primeira eleição.
A Candidatura
05/10/2016
Fonte: GE
Na noite desta terça-feira, o ex-vice de futebol Mário Bittencourt
lançou sua candidatura de presidente do Fluminense no próximo triênio. A
chapa "O Fluminense me domina" tem como vice geral Ricardo Tenório,
outro ex-vice de futebol tricolor. Durante o evento, realizado no Salão
Nobre para cerca de 500 pessoas, de acordo com a organização, Mário
apresentou seus planos para o clube, inclusive com um projeto de estádio
próprio na Barra da Tijuca. Ele afirmou já ter uma carta de intenção
com opção de compra do local, que só seria viável com a participação de
investidores.No projeto de Bittencourt, a estimativa inicial é de que o estádio
custaria cerca de R$ 500 milhões e teria uma capacidade de 26 mil
pessoas com possibilidade de aumentar para mais de 38 mil. Na última
semana, Peter Siemsen, que apoia o candidato Pedro Abad, anunciou a
assinatura por um possível local também.
Mário Bittencourt
revelou também que, caso eleito, terá Carlos Alberto Parreira no cargo
de consultor técnico para ajudar a tomar as decisões importantes no
futebol. O tetracampeão esteve presente no Salão Nobre.
Pedro
Abad, Carlos Eduardo Cardoso, Pedro Trengrouse e Celso Barros também
anunciaram que serão candidatos no pleito do fim de novembro.
Confira trechos da entrevista de Bittencourt:
Vontade de ser presidente do Flu
Tenho
uma história de amor pelo clube, sou sócio há mais de 20 anos e
profissional há mais de 18. Conheço cada esquina, cada departamento. Fui
vice-presidente, gerente de futebol em 2009... Eu entendi que adquiri
uma maturidade, apesar de algumas pessoas falarem que tenho apenas 38
anos. Estou preparado, desde que tenha ao meu lado pessoas como o
Ricardo (Tenório), como o Parreira, que acreditou no nosso projeto e no
meu tempo de casa. Trabalhei com três presidentes diferentes em seis
gestões. Conheço os problemas, as dívidas, as questões que envolvem um
clube de futebol. Também conheço os anseios o pessoal dos esportes
olímpicos e dos sócios. Sei do que o Fluminense precisa para seguir em
frente ainda maior. Minha passagem na vice-presidência foi difícil, com a
saída da Unimed, o maior patrocinador do futebol brasileiro, e da saída
de 13 jogadores com rescisão de contrato. Todas as vezes que o clube
esteve em dificuldade nós fomos chamados. Então, juntos seremos mais
fortes, por isso montamos a candidatura. A gente acha que merece essa
chance, e quem sabe com o Fluminense com uma vaga de Libertadores no ano
que vem.
Acredita em alianças políticas até a eleição?
Analisamos
o cenário, montamos um projeto sólido, ouvimos quase 600 pessoas...
Quando entendemos que tinha um projeto solidificado para lançar,
resolvemos nos candidatar. Mas realmente o Fluminense, historicamente,
nunca teve cinco candidatos consolidados, acho que no máximo três. Muita
coisa ainda vai acontecer até lá. São muitas possibilidades. Mas posso
dizer que a nossa ideia é de concorrer em novembro com quem quer que
seja. Respeito todos eles. É difícil falar de composições. Queremos
disputar a eleição, vencer, e contar com essas pessoas. Projeto de estádio próprio na Barra
O Fluminense
precisa buscar ter sua casa, mas precisa de um equilíbrio de entender
que para conquistar isso, precisamos empreender com responsabilidade.
São várias situações que precisam ser resolvidas, por isso que a
apresentação do projeto precede o estudo de viabilidade. Senão eu
estaria apenas entregando um sonho. O projeto que mostramos é real, no
site teremos todos os detalhes. Não estamos fazendo apenas discurso
político. Muitas pessoas perguntaram se era arena ou estádio, e isso
passa pela viabilidade. O conceito de estádio dificilmente atrai os
investidores, e a arena tem outros equipamentos. Não significa que seria
um arena com todos sentados, existe a chance de moldar e tirar as
cadeiras para fazer como em uma geral. Para viabilizar são pelo menos
quatro anos. Pelo menos 80%, 85% dos jogos teríamos que mandar no nosso
estádio. Precisamos ter um contrato com o Maracanã que preserve isso.
Jogar apenas um jogos específicos no Maracanã. O projeto tem que ser
muito bem feito, os investidores demoram de 20 a 30 anos para
recuperarem o dinheiro. Mas tudo isso passa por termos um terreno, ele
já tem que ser bem viável. Quero ter uma comissão para tomar as
decisões. A chapa conseguiu uma carta de intenção com a opção de compra
do terreno para o caso de eu ser o presidente do Fluminense. Valores já
pré-definidos. O Fluminense não tem o dinheiro, precisaríamos do
investidor. Se não formos nós os eleitos, esse documento vale para quem
vencer e tiver um bom projeto de estádio também.
Situação está usando a máquina na campanha?
O
Fluminense precisa criar uma comissão eleitoral. Já participei de três
eleições no clube, e em todas elas houve essa discussão de entrega de
lista, de judicialização da eleição, de suposta utilização da máquina. O
Fluminense precisa ser transparente também no processo eleitoral,
porque é a marca do clube. Quem está conduzindo o processo, precisa
entender que o clube é o prejudicado. Lamento que talvez tenhamos que
entrar em um caminho nesse sentido (judicialização). Não é nossa ideia,
não tenho vontade de fazer campanha assim. Quero fazer propostas. Até o
momento, as coisas poderiam ser feitas de um modo um pouco diferente. Eu
não era candidato até hoje, a partir de agora me pronuncio como
candidato e avalio os movimentos. Queremos proteger nossos direitos de
participar do pleito em igualdade de condições. Não tenho dúvida de que o
presidente Peter vai levar por essa caminho, porque sempre busco a
transparência e equilíbrio nas eleições. E nós somos uma candidatura que
nasce dentro da gestão. Somos de continuidade do que foi bem feito, mas
que queremos implementar outras coisas.
Gestão recente no futebol é o seu calcanhar de Aquiles?
Tanto
tem 2009 quanto em 2014 nós fomos convidados a estar ali como
vice-presidentes e enfrentamos momentos difíceis. Me perguntavam se o
Fluminense ia acabar com a saída da Unimed. O que mudou é que a gente
amadurece depois da dificuldades. Entendemos que precisamos de uma
cadeia de comando mais profissional no futebol, porque acabamos ficando
expostos. Dei centenas de entrevistas coletivas para falar de assuntos
técnicos e que não seria eu a falar, mas eu era a instituição. Falei de
federação, CBF, arbitragem... eu era convocado a falar. E faria de novo.
Mas algumas pessoas avaliam como uma passagem boa, outras como média e
outras como ruim. Mas com 18 anos no clube, tivemos acertos e erros. Em
2009 foi um case de acertos. Em 2015 o resultado de campo não foi bom,
isso é inegável. Mas felizmente nos deu uma base que agora está
disputando nas cabeças o Brasileiro. O que tiramos de lição é o nosso
amadurecimento para chegar até aqui.
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