quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Câmara do Rio apresenta plano para modernizar Laranjeiras e CT do Fluminense. Fluminense espera até R$ 300 milhões com venda do potencial construtivo das Laranjeiras

 Projeto prevê transferência de potencial construtivo para financiar revitalização histórica do estádio e expansão do centro de treinamento na Barra

Fonte: G1 Por Lucas Soares  G1 Rio e TV Globo

A Câmara Municipal do Rio começou a discutir uma nova Operação Urbana Consorciada (OUC) voltada para o Fluminense Football Club. O projeto foi apresentado nesta terça-feira (18) à diretoria tricolor, prevê a revitalização completa do Complexo das Laranjeiras e a modernização do Centro de Treinamento Carlos Castilho, na Barra da Tijuca.A proposta é assinada pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), e pelo vereador Flávio Valle (PSD). O modelo segue o padrão de outras operações já em andamento no município, como a que vai viabilizar a reforma de São Januário e os projetos do Autódromo de Guaratiba e do Parque do Legado Olímpico, na Barra.Pelo texto, o Fluminense poderá transferir até 103 mil m² de potencial construtivo para terrenos de outras regiões da cidade, especialmente trechos da Avenida Brasil, Linha Amarela e áreas da Zona Oeste, como forma de gerar recursos para custear as obras. Não há impacto financeiro para os cofres públicos.“O Fluminense faz parte da história e da identidade do Rio. Assim como estamos viabilizando a reforma de São Januário, queremos garantir que Laranjeiras e o CT Carlos Castilho tenham estrutura moderna e à altura da grandeza do clube. Esse modelo é bom para o esporte e movimenta a economia”, afirmou Caiado.




História do Estádio Manoel Schwartz, o Estádio das Laranjeiras

Berço do futebol brasileiro, o Estádio das Laranjeiras tem um papel central na formação da identidade esportiva do país. Foi no campo da sede do Fluminense que a Seleção Brasileira entrou em campo pela primeira vez, em 1914, contra o Exeter City. Cinco anos depois, o clube inauguraria o primeiro estádio do Brasil construído especialmente para receber grandes competições. A obra, idealizada pelo presidente Arnaldo Guinle, transformou o local em referência nacional e palco da campanha brasileira no Sul-Americano de 1919, culminando na conquista do título diante do Uruguai.Nas décadas seguintes, Laranjeiras se consolidou como centro das grandes decisões do futebol no Rio e no continente. Em 1922, o estádio foi ampliado para abrigar os Jogos Olímpicos Latino-Americanos e uma nova edição do Sul-Americano, eventos que celebraram o Centenário da Independência.O espaço também recebeu marcos importantes fora das quatro linhas, como uma das primeiras transmissões radiofônicas de uma partida de futebol e a missa oficial de inauguração do Cristo Redentor, realizada em 1931. Dentro de campo, a Seleção jamais foi derrotada ali, acumulando 18 jogos invictos entre 1914 e 1931.

Com o avanço da cidade, o estádio perdeu parte de sua estrutura, especialmente após a duplicação da Rua Pinheiro Machado nos anos 1960. A capacidade foi reduzida por questões de segurança e falta de manutenção, e o time principal do Fluminense deixou de atuar ali em 2003, após mais de 800 partidas realizadas no local. Mesmo assim, o Estádio Manoel Schwartz segue como sede do clube, recebendo jogos das categorias de base, do futebol feminino e eventos sociais e culturais.

O que prevê o projeto nas Laranjeiras

A proposta estabelece uma série de intervenções no estádio e na sede social, incluindo:

·                   Reforma e revitalização das arquibancadas

·                   Construção de arquibancada coberta e esplanada de acesso

·                   Praças de alimentação e arena coberta para 800 pessoas

·                   Novo gramado sintético com drenagem e irrigação

·                   Sistema moderno de iluminação

·                   Ampliação da sede social, com estacionamento, auditório, quadras e áreas de lazer

·                   Reformas no teatro, parque aquático e quadras laterais

·                   Melhorias no parque ecológico, com elevador panorâmico

Intervenções no CT Carlos Castilho

No centro de treinamento, o plano prevê:

·                   Ampliação do setor administrativo

·                   Novos alojamentos

·                   Cozinha central e refeitório

·                   Reforma de piscinas e áreas de fisioterapia

·                   Modernização e construção de novos campos

·                   Urbanização da via de acesso

·                   Aquisição de terrenos vizinhos para expansão

Melhorias no entorno

A operação inclui ainda obras urbanísticas no bairro de Laranjeiras e na região do CT:

·                   Recuperação de calçadas

·                   Arborização e iluminação pública

·                   Acessibilidade

·                   Ajustes no fluxo viário

·                   Restauração da fachada tombada do estádio

·                   Ações de sustentabilidade, como painéis solares e reuso de água

Como serão acessados os recursos

Para participar da operação, o Fluminense precisará criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). A venda do potencial construtivo só poderá ser feita por essa empresa, e os recursos ficarão vinculados exclusivamente às obras previstas.

A liberação dos valores ocorrerá de acordo com o avanço físico das obras, atestado pela Prefeitura. O projeto também determina que pelo menos 6% dos recursos seja aplicado fora dos limites do estádio, em melhorias urbanísticas no entorno.

A OUC terá validade de 120 meses após sua publicação.

Acompanhamento das obras

Um Conselho Consultivo será criado para monitorar todo o processo. Ele será composto por representantes da Prefeitura, Câmara Municipal, Fluminense, SPE e associações de moradores. As reuniões serão públicas e terão atas divulgadas no Diário Oficial


 https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/11/18/camara-do-rio-apresenta-plano-para-modernizar-laranjeiras-e-ct-do-fluminense.ghtml


Fluminense espera até R$ 300 milhões com venda do potencial construtivo das Laranjeiras

Câmara do Rio assinou o projeto, apresentado nesta terça-feira (18)


Fonte: LANCE Por Pedro Brandão e João Brandão 18/11/2025

O Fluminense deu nesta terça-feira (18) um passo mais importante para viabilizar a reforma das Laranjeiras e a expansão do CT Carlos Castilho. O projeto de lei que institui a Operação Urbana Consorciada do Estádio Manoel Schwartz foi oficialmente protocolado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A proposta, assinada pelo presidente da Câmara, Carlo Caiado, permitirá a venda de até 103 mil m² de potencial construtivo para a iniciativa privada. O clube tem expectativa de arrecadação entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Tombado e subutilizado, o espaço será completamente requalificado para voltar a receber jogos oficiais de pequeno porte, algo que não acontece há décadas. A capacidade projetada após as obras é de 6.300 lugares nas arquibancadas revitalizadas, acrescida de uma nova arquibancada coberta para cerca de 700 espectadores, elevando o total aproximado para 7 mil torcedores

Os valores captados só poderão ser usados nas obras previstas na lei e não poderão servir para quitar dívidas, pagar salários, investir no futebol profissional ou financiar uma eventual SAF.

As intervenções abrangem todo o Complexo das Laranjeiras. O estádio receberá novo gramado sintético com drenagem e irrigação modernas, sistema de iluminação atualizado, esplanada de acesso, cabines de imprensa, sanitários, rotas de emergência, praças de alimentação e melhorias estruturais. A sede social será ampliada, com novo auditório, estacionamento para 145 vagas, quadras reformadas, áreas técnicas modernizadas, novo parque aquático e lojas temáticas. O teatro também será reformado, assim como as quadras laterais e os espaços de convivência.

— O Fluminense foi o primeiro clube que pensou em um futebol para grandes públicos em Laranjeiras, quando todo mundo jogava futebol em campos cercados por grades. E o Fluminense, visualizando aquilo, fez um estádio que comportava cerca de 20 mil pessoas. A Seleção Brasileira jogou pela primeira vez lá e conquistou seu primeiro título lá. Existe essa questão histórica. E por que eu falo em justiça? Na década de 60, para o crescimento da cidade, o Fluminense teve boa parte do seu estádio cortado para a passagem da Pinheiro Machado e para a abertura do túnel, garantindo a ligação da Zona Sul com a Zona Norte. O Fluminense abriu mão de um pedaço do seu corpo estrutural para que a cidade pudesse crescer. Nada mais justo que, tantos anos depois a cidade do Rio de Janeiro esteja, enfim, dando ao Fluminense a oportunidade de se revitalizar — disse o presidente Mário Bittencourt.

O projeto inclui ainda a revitalização do entorno, com melhorias em calçadas, arborização, iluminação pública, acessibilidade, recuperação da fachada tombada e ações culturais de integração com a vizinhança. Parte das intervenções sociais e urbanísticas será direcionada às comunidades próximas, incluindo a Cidade de Deus, onde está localizado o CT Carlos Castilho.

Na comunidade, o Tricolor entende que, a partir da expansão e melhorias, o clube conseguirá contribuir ainda mais na parte social do local. Um dos projetos é a escola do Fluminense no local. Além desse projeto, o Fluminense também vai adotar um campo da comunidade. O clube vai realizar a reforma do espaço e fornecer material e professores.

No centro de treinamento, o plano prevê ampliação administrativa, finalização da parte de hotelaria, reforma de campos e construção de novos gramados. A operação também abre caminho para que o Fluminense adquira terrenos vizinhos, permitindo a expansão do CT em direção a uma estrutura mais completa e integrada. Com esse processo, o Tricolor conseguiria uma melhor interação entre Xerém e o time profisisonal, que passaria a ter momentos integrados no CTCC.

— O Fluminense faz parte da história e da identidade do Rio. Assim como estamos viabilizando a reforma de São Januário, queremos garantir que Laranjeiras e o CT Carlos Castilho tenham estrutura moderna, segura e à altura da grandeza do clube. Esse modelo de operação urbana é bom para o esporte, movimenta a economia e melhora a cidade como um todo — afirmou Carlo Caiado, presidente da Câmara do Rio.


Para acessar os recursos, o Fluminense precisará criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), responsável por administrar a venda do potencial construtivo. A liberação dos valores ocorrerá conforme o avanço físico das obras. Um Conselho Consultivo com representantes da Prefeitura, Câmara, clube, SPE e associações de moradores acompanhará todo o processo. A operação terá validade de 120 meses após ser publicada.

Qual o prazo do Fluminense?

Após a apresentação desta terça-feira, o projeto entra em fase de tramitação legislativa, passando por comissões temáticas antes de ser votado em plenário. A estimativa é de que o Fluminense possa iniciar a comercialização do potencial construtivo entre o fim de 2026 e o começo de 2027, seguindo a ordem de prioridades estabelecida pela Câmara, que atualmente envolve São Januário, o Autódromo de Guaratiba e o Parque Imagine, de Roberto Medina.

https://www.lance.com.br/fluminense/fluminense-espera-ate-r-300-milhoes-com-venda-do-potencial-construtivo-das-laranjeiras.html

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