Projeto prevê transferência de potencial construtivo para financiar revitalização histórica do estádio e expansão do centro de treinamento na Barra
Fonte: G1 Por Lucas Soares G1 Rio e TV Globo
A
Câmara Municipal do Rio começou a discutir uma nova Operação Urbana Consorciada
(OUC) voltada para o Fluminense Football Club. O projeto foi apresentado nesta
terça-feira (18) à diretoria tricolor, prevê a revitalização completa do
Complexo das Laranjeiras e a modernização do Centro de Treinamento Carlos
Castilho, na Barra da Tijuca.A
proposta é assinada pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD), e pelo
vereador Flávio Valle (PSD). O modelo segue o padrão de outras operações já em
andamento no município, como a que vai viabilizar a reforma de São Januário e
os projetos do Autódromo de Guaratiba e do Parque do Legado Olímpico, na
Barra.Pelo texto, o Fluminense poderá transferir até 103 mil m² de potencial
construtivo para terrenos de outras regiões da cidade, especialmente trechos da
Avenida Brasil, Linha Amarela e áreas da Zona Oeste, como forma de gerar
recursos para custear as obras. Não há impacto financeiro para os cofres
públicos.“O Fluminense faz parte da história e da identidade do Rio. Assim como
estamos viabilizando a reforma de São Januário, queremos garantir que
Laranjeiras e o CT Carlos Castilho tenham estrutura moderna e à altura da
grandeza do clube. Esse modelo é bom para o esporte e movimenta a economia”,
afirmou Caiado.
História do
Estádio Manoel Schwartz, o Estádio das Laranjeiras
Berço do futebol brasileiro, o Estádio das
Laranjeiras tem um papel central na formação da identidade esportiva do país.
Foi no campo da sede do Fluminense que a Seleção Brasileira entrou em campo
pela primeira vez, em 1914, contra o Exeter City. Cinco anos depois, o clube
inauguraria o primeiro estádio do Brasil construído especialmente para receber
grandes competições. A obra, idealizada pelo presidente Arnaldo Guinle,
transformou o local em referência nacional e palco da campanha brasileira no
Sul-Americano de 1919, culminando na conquista do título diante do Uruguai.Nas
décadas seguintes, Laranjeiras se consolidou como centro das grandes decisões
do futebol no Rio e no continente. Em 1922, o estádio foi ampliado para abrigar
os Jogos Olímpicos Latino-Americanos e uma nova edição do Sul-Americano,
eventos que celebraram o Centenário da Independência.O espaço também recebeu
marcos importantes fora das quatro linhas, como uma das primeiras transmissões
radiofônicas de uma partida de futebol e a missa oficial de inauguração do
Cristo Redentor, realizada em 1931. Dentro de campo, a Seleção jamais foi
derrotada ali, acumulando 18 jogos invictos entre 1914 e 1931.
Com
o avanço da cidade, o estádio perdeu parte de sua estrutura, especialmente após
a duplicação da Rua Pinheiro Machado nos anos 1960. A capacidade foi reduzida
por questões de segurança e falta de manutenção, e o time principal do
Fluminense deixou de atuar ali em 2003, após mais de 800 partidas realizadas no
local. Mesmo assim, o Estádio Manoel Schwartz segue como sede do clube,
recebendo jogos das categorias de base, do futebol feminino e eventos sociais e
culturais.
O que prevê o
projeto nas Laranjeiras
A proposta estabelece uma série de intervenções no
estádio e na sede social, incluindo:
·
Reforma e revitalização das arquibancadas
·
Construção de arquibancada coberta e esplanada de
acesso
·
Praças de alimentação e arena coberta para 800
pessoas
·
Novo gramado sintético com drenagem e irrigação
·
Sistema moderno de iluminação
·
Ampliação da sede social, com estacionamento,
auditório, quadras e áreas de lazer
·
Reformas no teatro, parque aquático e quadras
laterais
·
Melhorias no parque ecológico, com elevador
panorâmico
Intervenções no
CT Carlos Castilho
No centro de treinamento, o plano prevê:
·
Ampliação do setor administrativo
·
Novos alojamentos
·
Cozinha central e refeitório
·
Reforma de piscinas e áreas de fisioterapia
·
Modernização e construção de novos campos
·
Urbanização da via de acesso
·
Aquisição de terrenos vizinhos para expansão
Melhorias
no entorno
A operação inclui ainda obras urbanísticas no
bairro de Laranjeiras e na região do CT:
·
Recuperação de calçadas
·
Arborização e iluminação pública
·
Acessibilidade
·
Ajustes no fluxo viário
·
Restauração da fachada tombada do estádio
·
Ações de sustentabilidade, como painéis solares e
reuso de água
Como
serão acessados os recursos
Para
participar da operação, o Fluminense precisará criar uma Sociedade de Propósito
Específico (SPE). A venda do potencial construtivo só poderá ser feita por essa
empresa, e os recursos ficarão vinculados exclusivamente às obras previstas.
A liberação dos valores ocorrerá de acordo com o
avanço físico das obras, atestado pela Prefeitura. O projeto também determina
que pelo menos 6% dos recursos seja aplicado fora dos limites do estádio, em
melhorias urbanísticas no entorno.
A OUC terá validade de 120 meses após sua
publicação.
Acompanhamento
das obras
Um
Conselho Consultivo será criado para monitorar todo o processo. Ele será
composto por representantes da Prefeitura, Câmara Municipal, Fluminense, SPE e
associações de moradores. As reuniões serão públicas e terão atas divulgadas no
Diário Oficial
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/11/18/camara-do-rio-apresenta-plano-para-modernizar-laranjeiras-e-ct-do-fluminense.ghtml
Fluminense espera até R$ 300 milhões com venda do potencial construtivo das Laranjeiras
Câmara do Rio assinou o projeto, apresentado nesta terça-feira (18)
O Fluminense deu nesta terça-feira (18) um passo mais importante para viabilizar a reforma das Laranjeiras e a expansão do CT Carlos Castilho. O projeto de lei que institui a Operação Urbana Consorciada do Estádio Manoel Schwartz foi oficialmente protocolado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A proposta, assinada pelo presidente da Câmara, Carlo Caiado, permitirá a venda de até 103 mil m² de potencial construtivo para a iniciativa privada. O clube tem expectativa de arrecadação entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.
Tombado e subutilizado, o espaço será completamente requalificado para voltar a receber jogos oficiais de pequeno porte, algo que não acontece há décadas. A capacidade projetada após as obras é de 6.300 lugares nas arquibancadas revitalizadas, acrescida de uma nova arquibancada coberta para cerca de 700 espectadores, elevando o total aproximado para 7 mil torcedores
Os valores captados só poderão ser usados nas obras previstas na lei e não poderão servir para quitar dívidas, pagar salários, investir no futebol profissional ou financiar uma eventual SAF.
As intervenções abrangem todo o Complexo das Laranjeiras. O estádio receberá novo gramado sintético com drenagem e irrigação modernas, sistema de iluminação atualizado, esplanada de acesso, cabines de imprensa, sanitários, rotas de emergência, praças de alimentação e melhorias estruturais. A sede social será ampliada, com novo auditório, estacionamento para 145 vagas, quadras reformadas, áreas técnicas modernizadas, novo parque aquático e lojas temáticas. O teatro também será reformado, assim como as quadras laterais e os espaços de convivência.
— O Fluminense foi o primeiro clube que pensou em um futebol para grandes públicos em Laranjeiras, quando todo mundo jogava futebol em campos cercados por grades. E o Fluminense, visualizando aquilo, fez um estádio que comportava cerca de 20 mil pessoas. A Seleção Brasileira jogou pela primeira vez lá e conquistou seu primeiro título lá. Existe essa questão histórica. E por que eu falo em justiça? Na década de 60, para o crescimento da cidade, o Fluminense teve boa parte do seu estádio cortado para a passagem da Pinheiro Machado e para a abertura do túnel, garantindo a ligação da Zona Sul com a Zona Norte. O Fluminense abriu mão de um pedaço do seu corpo estrutural para que a cidade pudesse crescer. Nada mais justo que, tantos anos depois a cidade do Rio de Janeiro esteja, enfim, dando ao Fluminense a oportunidade de se revitalizar — disse o presidente Mário Bittencourt.
O projeto inclui ainda a revitalização do entorno, com melhorias em calçadas, arborização, iluminação pública, acessibilidade, recuperação da fachada tombada e ações culturais de integração com a vizinhança. Parte das intervenções sociais e urbanísticas será direcionada às comunidades próximas, incluindo a Cidade de Deus, onde está localizado o CT Carlos Castilho.
Na comunidade, o Tricolor entende que, a partir da expansão e melhorias, o clube conseguirá contribuir ainda mais na parte social do local. Um dos projetos é a escola do Fluminense no local. Além desse projeto, o Fluminense também vai adotar um campo da comunidade. O clube vai realizar a reforma do espaço e fornecer material e professores.
No centro de treinamento, o plano prevê ampliação administrativa, finalização da parte de hotelaria, reforma de campos e construção de novos gramados. A operação também abre caminho para que o Fluminense adquira terrenos vizinhos, permitindo a expansão do CT em direção a uma estrutura mais completa e integrada. Com esse processo, o Tricolor conseguiria uma melhor interação entre Xerém e o time profisisonal, que passaria a ter momentos integrados no CTCC.
— O Fluminense faz parte da história e da identidade do Rio. Assim como estamos viabilizando a reforma de São Januário, queremos garantir que Laranjeiras e o CT Carlos Castilho tenham estrutura moderna, segura e à altura da grandeza do clube. Esse modelo de operação urbana é bom para o esporte, movimenta a economia e melhora a cidade como um todo — afirmou Carlo Caiado, presidente da Câmara do Rio.
Para acessar os recursos, o Fluminense precisará criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), responsável por administrar a venda do potencial construtivo. A liberação dos valores ocorrerá conforme o avanço físico das obras. Um Conselho Consultivo com representantes da Prefeitura, Câmara, clube, SPE e associações de moradores acompanhará todo o processo. A operação terá validade de 120 meses após ser publicada.
Qual o prazo do Fluminense?
Após a apresentação desta terça-feira, o projeto entra em fase de tramitação legislativa, passando por comissões temáticas antes de ser votado em plenário. A estimativa é de que o Fluminense possa iniciar a comercialização do potencial construtivo entre o fim de 2026 e o começo de 2027, seguindo a ordem de prioridades estabelecida pela Câmara, que atualmente envolve São Januário, o Autódromo de Guaratiba e o Parque Imagine, de Roberto Medina.
https://www.lance.com.br/fluminense/fluminense-espera-ate-r-300-milhoes-com-venda-do-potencial-construtivo-das-laranjeiras.html


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