domingo, 15 de maio de 2022

Mário Bittencourt explica posição do Fluminense sobre a Libra e pede debate: 'Rico continua mais rico'

 Presidente afirma que bloco contrário à liga neste momento ainda tenta uma divisão mais justa das cotas da competição

Fonte: LANCE 13/05/2022

 O Fluminense é um dos clubes que ainda não assinou o documento para a criação de uma nova liga nacional organizada pelos próprios clubes, a chamada “Libra”. A principal divergência está na divisão das cotas de televisão. Atualmente, o bloco que apoia o modelo sugerido é formado pelos cinco paulistas que disputam a elite do Campeonato Brasileiro, Flamengo, Vasco, Botafogo, Cruzeiro e Ponte Preta. Ao SPORTV o presidente Mário Bittencourt explicou o lado do Flu.

 - O grupo (Libra) fez um modelo e constituição de uma liga por uma empresa contratada por eles. Essa mesma empresa, a Codajas, trouxe possibilidade de trazer um investidor ao Brasil. Todos, inclusive o Fluminense, assinaram a carta para trazer o investidor. Não se falava em divisão de cotas, nada, só em trazer um investidor estrangeiro. A carta de exclusividade expirou no fim do ano, o investidor não chegou. Depois, os clubes falaram sobre a possibilidade de seguir. Nada contra a empresa. Agora, em 2022, as discussões aceleraram sobre a questão da montagem da liga - disse.

- Esse grupo entendeu ter a assessoria da empresa para montar um projeto de liga. O anexo coloca esse grupo maior em quantidade de clubes (do qual o Fluminense faz parte) que discorda. É uma discussão técnica. Um grupo quer que seja mais justo de divisão, que critérios devem ser diferentes. Gostaríamos de discutir esses critérios antes de criar liga. Eles entenderam diferente, assinaram um documento. Mas não existe liga assim, com nove. Tem que ter os 40. Esse grupo de cá está trabalhando tecnicamente para montar uma proposta que considera mais justa - completou.

 Estão envolvidos na discussão os 40 clubes (de Série A e B). Haverá uma reunião na próxima segunda-feira no Rio de Janeiro entre os presidentes das equipes que integram o grupo Forte Futebol O Flu é um dos líderes desse grupo, além de Athletico-PR e Fortaleza.

- O que a gente tem visto é o seguinte: com a proposta deles, o rico continua mais rico. Eles fazem uma proposta que já existe hoje (40% (igualitário), 30% (performance), 30% (engajamento)). Não falam no aporte do investidor na Liga. Isso terá de ser discutido depois se vier o investidor. Ainda não há o investidor. Lá na frente, não sabemos quanto o investidor trará. O que está em discussão agora, é que apresentaram um modelo de divisões de receita de TV futuro que já existe hoje e já criou um abismo financeiro gigante entre os clubes.

Em seu estatuto, a Liga definiu a divisão de 40% da receita igualmente entre todos os participantes da competição, 30% de variável por performance e 30% por engajamento. Esse último item é definido por critérios como média de público no estádio, base de assinantes de pay-per-view, número de seguidores e engajamento em redes sociais, audiência na televisão aberta e tamanho da torcida.

- O que eles colocam como engajamento, nós discutimos algumas coisas. O critério de divisão igualitária, acreditamos que seja 50% o mais justo. Hoje já é 40%-30%-30%. No anexo deles, o que colocam como engajamento, nós discutimos algumas coisas. Falam em redes sociais. As próprias pesquisas de torcida. Às vezes tem torcidas que têm seis, sete vezes o tamanho da do Fluminense em tamanho, mas que não vendem isso a mais de camisas e não colocam isso a mais em estádios - afirmou o presidente.

- Só queremos que nossa proposta também seja ouvida. Estamos discutindo tecnicamente para que haja discussão. Os clubes têm de debater. Esse 30% tem cinco critérios de engajamento que eles pré-definiram e nós (os outros clubes) discordamos de pelo menos dois. Discutimos que seja 50% igualitário e que sentemos à mesa para discutir a questão do engajamento. E se fala em seguir o modelo de futebol europeu. Por que não permitir igual ao modelo europeu que o clube que mais ganha não receba mais que 3,5 vezes a mais que o último? Vamos estudar uma divisão com proposta mais sólida para ser discutida - finalizou. 

https://www.lance.com.br/fluminense/mario-bittencourt-explica-posicao-do-fluminense-sobre-a-libra-rico-continua-mais-rico.html

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O QUE É A LIBRA?

Libra, a liga brasileira: o que o torcedor precisa saber sobre a entidade que está sendo criada

Clubes dão o pontapé inicial para tentar organizar os campeonatos no Brasil, mas acerto passa pela distribuição das cotas das transmissões dos jogos; nem todos concordam em ganhar menos dinheiro

Fonte: UOL Por Robson Morelli 05/05/2022

A primeira informação é que a Liga ainda não existe, mas ela tem o aval da Confederação Brasileira de Futebol para ser organizada pelos clubes do País. Portanto, o primeiro passo está dado. A CBF, que detém essa responsabilidade de gerir os torneios nacionais, não vai oferecer qualquer resistência. A Libra (Liga Brasileira) está em marcha.

O bloco formado por Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo foi o primeiro a assinar um documento de intenção com a proposta da Codajas Sports KapitalCruzeiro e Ponte Preta, ambos atualmente na segunda divisão, também assinaram. Há uma parte jurídica que vai precisar ser tocada com muito cuidado para não deixar brechas, sinônimo de problemas no futebol. O maior desafio é deixar todos os times satisfeitos com a divisão dos recursos, das cotas de TV. Os clubes menores querem ganhar mais.

 A CBF permite a organização dos clubes para uma Liga?

Sim. Foi uma troca "apalavrada" pela eleição do presidente Ednaldo Rodrigues para o cargo que era ocupado por Rogério Caboclo, banido por assédio sexual e moral dentro da entidade. Houve um acordo, uma troca de favores entre as partes. Os clubes não iriam se opor à eleição de Rodrigues e a CBF entregaria aos clubes o direito de formalizar a Liga.

O que faria a Liga?

Ela teria presidente e dirigentes. Ela seria responsável pelas discussões comerciais do futebol, principalmente no que diz respeito às cotas de transmissão dos jogos da Série A e B, mas também de todas as outras divisões. Seria voltada para a parte comercial, basicamente, não de cada clube, mas dos torneios. O Brasileirão, por exemplo, é vendido para outros países.

Ela negociaria somente com a TV?

Em princípio, não. Ficaria responsável por todas as negociações de transmissão dos jogos, de TV aberta e fechada, passando por streamings também. Ela comandaria todas as discussões das disputas, mas sempre com a pegada financeira. E também sobre a venda dos torneios para o exterior.

O futebol brasileiro já teve alguma coisa parecida com uma Liga?

Teve o Clube dos 13, que tinha exatamente essa responsabilidade de negociar os direitos de televisão. Na época, só havia direitos de TV. A entidade implodiu em 2011, porque times como Corinthians e Flamengo entendiam que deveriam ganhar mais dinheiro das cotas porque eram mais vistos na programação das emissoras. Davam mais audiência.

Qual vai ser o principal desafio da Liga?

Équacionar a divisão do bolo financeiro, de modo a deixar todos contentes. A discussão passa pelo problema de os clubes de menor exposição receberem menos dinheiro, o que eles já avisaram que não concordam. Não se sabe ainda se todos terão cotas iguais, é muito provável que não tenham. Clubes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, entre outros, devem ter parcelas maiores. A Liga terá de descobrir um caminho para deixar todos do mesmo lado. E satisfeitos.

  Todos os clubes acreditam que a Liga dará certo?

 Ainda é cedo para afirmar isso. O time de menor tradição não vai aceitar ganhar muito menos do que os mais tradicionais. Esse é um problema. Atualmente, todos pensam somente em suas receitas e não olham para a Liga como ferramenta para melhorar o futebol brasileiro. Até agora, oito times assinaram o documento da criação da entidade: Corinthians, Red Bull Bragantino, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro. Um segundo bloco de clubes pediu mais prazo para estudar a proposta. São eles: América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.



Quem organizaria tudo isso?

Há dois interessados. A La Liga, que organiza o Campeonato Espanhol, e vê com bons olhos a possibilidade de arrecadar R$ 25 bilhões por ano para os clubes. A outra interessada é a LiveMode/1190, uma empresa que distribui os jogos do Brasileiro no exterior.

Se a Liga sair do papel, o que vai fazer a CBF?

Ela vai cuidar somente da seleção brasileira. O time masculino, feminino e das categorias de base. Não se sabe ainda se a arbitragem dos torneios também passaria para a Liga. Mas é muito provável que isso aconteça.

https://www.terra.com.br/esportes/futebol/libra-a-liga-brasileira-o-que-o-torcedor-precisa-saber-sobre-a-entidade-que-esta-sendo-criada,d648ddfcec24616442089c1286c1af68iyocdbn2.html

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Carta-proposta para formação da Liga de Clubes brasileiros

Reunião para formalizar compromisso em busca de uma composição equilibrada ocorrerá em 16 de maio

Fonte: site oficial do Fluminense FC 

Diante dos últimos acontecimentos, os Clubes signatários reafirmam o interesse na formalização da Liga de futebol profissional, com o intuito de elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, construindo um campeonato forte, revitalizado e, notadamente, com um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

É preciso, porém, pontuar que não haverá Liga sem a união dos 40 (quarenta) clubes participantes das atuais Séries A e B.

Algumas premissas devem ser observadas, tendo como referência que: (i) a Premier League divide igualmente 68% da receita, somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing; (ii) as Ligas Alemã, Espanhola, Francesa e Italiana distribuem 50% da receita de forma igualitária; e (iii) a diferença de receita entre o primeiro e último clubes respeitam os seguintes limites: Inglaterra (1.6x), Itália (2.1x), Alemanha (3.2x) e Espanha (3.5x).

Para a formalização da Liga de Clubes de futebol brasileiro, os Signatários acreditam no modelo abaixo apresentado:

(i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis;

(ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano;

(iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.

Os Signatários envidarão todos os esforços possíveis para reunir os 40 (quarenta) clubes e formatar a Liga, sempre na base do diálogo e da razoabilidade, firmando também o compromisso de que, caso não haja a efetiva formalização, irão avaliar, em conjunto, a negociação dos direitos de transmissão e demais propriedades inerentes ao futebol e suas respectivas competições para os anos posteriores a 2024.

Os Clubes informam, ainda, que no dia 16 de maio de 2022 se reunirão presencialmente no Rio de Janeiro para formalizar o compromisso em busca de uma composição equilibrada, e que, por tal razão, não se farão presentes na reunião previamente agendada na CBF, no dia 12 de maio de 2022.

O encontro com os 8 (oito) clubes, no que depender da vontade dos Signatários, acontecerá futuramente para que seja apresentada e debatida a proposta descrita nesta carta, na tentativa de alcançar o consenso.

América Futebol Clube
Associação Chapecoense de Futebol
Atlético Clube Goianiense
Avaí Futebol Clube
Brusque Futebol Clube
Ceará Sporting Club
Centro Sportivo Alagoano - CSA
Club Athletico Paranaense
Clube de Regatas Brasil - CRB
Clube Náutico Capibaribe
Coritiba Foot Ball Club
Criciúma Esporte Clube
Cuiabá Esporte Clube
Esporte Clube Juventude
Fluminense Football Club
Fortaleza Esporte Clube
Goiás Esporte Clube
Londrina Esporte Clube
Operário Ferroviário Esporte Clube
Sampaio Corrêa Futebol Clube
Sport Club do Recife
Tombense Futebol Clube
Vila Nova Futebol Clube

https://www.fluminense.com.br/noticia/carta-proposta-para-formacao-da-liga-de-clubes-brasileiros

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