Fonte: GloboEsporte.com 18/09/2019
Presidente confirma informação revelada pelo GloboEsporte.com, e Tricolor receberá no total 8 milhões de euros (R$ 36,5 milhões)
Por Thayuan Leiras
— Rio de Janeiro
O
presidente Mário Bittencourt revelou, na tarde desta quarta-feira, o valor da
venda de Pedro à Fiorentina. Em apresentação sobre os 100 primeiros dias da
gestão, realizada no CT Pedro Antônio, o mandatário confirmou a informação dada
pelo GloboEsporte.com em 1º de Setembro o Tricolor receberá, no total,
8 milhões de euros (R$ 36,5 milhões, cotação na época da negociação).
- Para valores de
mercado, consideramos uma venda muito boa. Além de que o clube vive uma grave
crise financeira, então, não podemos perder mais jogadores mais para frente por
motivos jurídicos. A dívida do clube é muito grande, então, vamos ter que
continuar a fazer essas vendas. Nosso objetivo é que lá na frente a situação
esteja melhor para que possamos fazer essas vendas com menos frequência -
justificou o mandatário.
FLU RECEBERÁ R$ 36,5 MILHÕES POR PEDRO E MANTERÁ 20% DOS
DIREITOS
A
Fiorentina desembolsará um total de € 11 milhões (R$ 50,2 milhões) pela compra
de Pedro. Deste valor, o Tricolor ficará, inicialmente, com € 8 milhões (R$
36,5 milhões) e o restante ficará com a Artsul, clube-empresa de Nova Iguaçu
que divida de forma igualitária (50% a 50%) os direitos econômicos do jogador
de 22 anos. O negócio ainda poderá render uma quantia futura ao Flu. Isso
porque os italianos concordaram com a exigência do clube de Laranjeiras de
manter 20% dos direitos econômicos do centroavante. Tricolor e Artsul acordaram
dividir o valor obtido em uma futura venda.
-
Recebemos a informação de que no ano passado o clube recebeu uma proposta de 18
milhões de euros, e o Fluminense teria direito a metade desse valor. Ele se
machucou, e o negócio acabou não acontecendo. Quando chegamos, colocamos uma
condição: queríamos um valor sobre a nossa parte e uma porcentagem para venda
futura. Queríamos pelo menos 8 milhões de euros. E conseguimos. Nós ficamos com
8 milhões de euros pela nossa parte e o Artsul ficou com 3 milhões de euros. O
Artsul aceitou ficar com uma parte menor pelos seus 50%. Além disso, ficamos
com 20% dos direitos econômicos para lucrar com uma futura venda. E lá na
frente dividiremos o valor com o Artsul - completou Mário, que não revelou se o
pagamento será à vista ou parcelado.
Na
apresentação, separada por temas como jurídico, financeiro, quadro social e
futebol, o presidente detalhou ainda como recebeu o clube do antecessor Pedro
Abad e quais medidas a sua administração adotou inicialmente. Reiterou que o
salário de atletas e funcionários estavam quase 90 dias atrasados e que havia
aviso de corte de água, luz, gás e plano de saúde por falta de pagamento.
- Criamos um comitê de
crise, que tem alguns profissionais das áreas financeira, administrativa e
jurídica do clube. Fizemos muitas medidas emergenciais e outras que estavam
previstas no plano de gestão - explicou o dirigente.
Neste
sentido, Mário revelou que o Flu captou R$ 6 milhões em instituições
financeiras em novos empréstimos, vendeu o mando de campo do jogo contra o
Corinthians e negociou com credores que penhoravam receitas do clube. No total,
15 acordos foram celebrados (a maioria trabalhista) para a liberação de cerca
de R$ 3,4 milhões - o clube tem 594 ações (incluindo as cíveis) contrárias
cobrando atrasados.
- Isso ainda poderá
aumentar - destacou o dirigente.
A apresentação do
presidente voltou enfatizar a necessidade de criar novas receitas e reiterou o
pedido de ajuda à torcida, uma tecla batida ainda durante a campanha eleitoral.
No entender de Mário, o programa Sócio Futebol é fundamental para melhorar a
situação do clube. O presidente revelou que houve um aumento de 35% na base de
associados nesta modalidade, com R$ 1,8 milhão de nova receita no período. O
total de inscritos é de 14.753.
- Desde que assumimos,
tivemos sete jogos no Maracanã, com média de 28 mil pessoas e ticket médio de
R$ 24,96. Se tivéssemos essa média de público aderindo ao Sócio Futebol,
conseguiríamos pagar a folha do futebol. O nosso maior patrocinador é o sócio.
Precisamos muito dessa ajuda - afirmou Mário.
Mais
declarações de Mário Bittencourt
Ao falar sobre assuntos jurídicos,
presidente explica estampa na camisa em jogo contra o Corinthians
Se deu em razão de uma dívida que o Botafogo tem com o
Reinaldo. O Botafogo repassou para o Fluminense em função de uma pendência com
o Engenhão. A dívida não foi paga e tomamos uma penhora em cima da Flufest.
Tanto nossa como dos parceiros que estavam trabalhando lá e não tinham nada com
isso. Grande parte do valor era multa em cima do acordo não cumprido. Fizemos
esse acordo para estampar na camisa e fizemos uma economia de R$ 1,225 milhão.
Deixamos de ter essa dívida com a Justiça do Trabalho.
Mário explica a captação de R$ 6
milhões junto a instituições financeiras
Nossa equipe vem do mercado financeiro e tem muito bom
relacionamento. Isso abriu portas para que a gente conseguisse fazer algumas
antecipações nesses primeiros três meses. O que ajudou a pagar a folha e alguns
acordos.
Negociação com novo fornecedor de
material esportivo
Estamos negociando com um novo fornecedor de material
esportivo. A tendência é que apresentemos o novo uniforme na primeira quinzena
de 2020. A Under Armor já anunciou que não ficará não só no Fluminense, mas no
futebol de uma maneira geral. Temos uma autorização da empresa para negociar
com um novo parceiro.
Projeto de reforma das Laranjeiras
Fiz uma reunião com o grupo e foi excelente. Estamos criando
uma comissão interna para avaliar tecnicamente o projeto e trabalhar junto.
Deixei claro que aquele é um projeto, mas o Fluminense está aberto a outros.
Por isso, vamos criar essa comissão para avaliar. O grupo que me apresentou foi
muito correto e disse que o projeto é para a instituição, por isso aceitaram a
entrada dessa comissão. Vai passar por viabilidade financeira, estrutural...
Somos defensores se houver essa viabilidade.
Busca por patrocínios
O uniforme do clube é dividido por propriedades. Tem a
manga, as costas, o master, a barra, o calção... O Fluminense tem um parâmetro
de quanto custa seu uniforme. Fomos procurados por duas empresas interessadas,
mas não podemos entregar a nossa propriedade por um valor muito baixo. Porque
isso cria uma concorrência desleal com quem já está nos patrocinando. Isso me
deixa em uma situação ruim com os parceiros que nós já temos. As empresas que
nos procuraram tinham uma ideia de valor, e quando viram o preço real deram uma
recuada. Mas, as conversas continuam. Entramos no clube no meio do ano e a
verba para marketing das empresas costumam sair no final ou início do ano e já
estão empregadas. Optamos por seguir conversando. Se não fecharmos agora,
deixaremos para 2020 em um valor que seja justo para o clube".
Prejuízo causado por dispensas ao
final de 2017, como Cavalieri, Marquinho...
A gente já tomou uma das penhoras do
processo do Marquinho. Quando parcelamos a dívida, os juízes colocam multa de
60% ou 70% sobre o valor pendente. Hoje, essa dívida já gira em torno de R$ 80
milhões. Estamos tentando negociar e parcelar essas dívidas. O que a gente está
tentando é reduzir o que tem hoje e pagar um bom pedaço.
Pendências financeiras para tirar a
CND e regularizar o Profut
Está havendo um trabalho interno do financeiro para encontrarmos
o valor real que a gente tem que pagar. Desde quando chegamos as informações
financeiras estão truncadas. A maneira de solucionar é pagar... Em uma próxima
receita, vamos fazer essa quitação. Com relação ao Profut, pagamos parte do que
estava atrasado e nos mantivemos vivos. Pagamos para sermos incluídos ainda nas
regras. E estamos com um recurso para sermos incluídos dentro do acordo do
FGTS. A gente segue pagando. Uma parte da nossa dívida, cerca de R$ 150
milhões, é de curto prazo, e é isso que aperta o nosso fluxo de caixa. Se isso
tudo já estivesse parcelado, teríamos bem mais facilidade.
https://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/ao-avaliar-100-dias-da-gestao-no-fluminense-mario-revela-valores-da-venda-de-pedro.ghtml
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