O grupo político Flusócio, comunicou nesta terça-feira que encerrou as suas atividades políticas dentro do Fluminense. O anúncio foi feito através de um post no blog do próprio grupo. A Flusócio era o principal grupo de apoio ao ex-presidente Pedro Abad.
No auge, o grupo político elegeu e reelegeu o ex-presidente Peter Siemsen. A tendência é de que o Conselho Deliberativo tenha uma debandada de membros da Flusócio, que já começou com as saídas de Danilo Felix e Leonardo Lemos, ex-direto de TI e ex-vice de marketing, respectivamente.
O FIM DO CICLO FLUSÓCIO NO FLUMINENSE
Fonte: Flunomeno
A Flusócio foi um grupo político criado nas arquibancadas em 2003, que
cresceu a ponto de estar no poder do clube entre os anos de 2011 até
metade de 2019. Criando um engenhoso sistema de captação de sócios pela
internet (uma ideia genial, por sinal) a Flusócio conseguiu captar
torcedores fora do Rio de Janeiro, conseguindo seu espaço por direito
nos bastidores do Fluminense.
Perderam as eleições de 2007, mas chegaram ao poder em 2010, com o presidente Peter Siensem Chegaram ao poder justamente com o recente campeonato brasileiro de 2010,
https://www.flunomeno.com/2019/06/o-fim-do-ciclo-flusocio-no-fluminense.html
e
tiveram dois anos ótimos (os melhores do Fluminense no Século, sendo o
eixo 2010-12). Em 2012, o Fluminense foi campeão nacional e estadual, o
que reforçou (talvez) a reeleição do mandato de Peter Siemsen.
Depois de 2012, a gestão Flusócio verdadeiramente declinaria: o
Fluminense não conseguia mais ganhar títulos, foi rebaixado em 2013 (mas
salvo por Flamengo e Portuguesa). No ano seguinte, a Unimed encerraria a
parceria de patrocínio e eles investiriam num clube da segunda divisão
da eslováquia nomeado como Flu Samorin.
A Flusócio fez algumas coisas boas no clube?! Sim, não podemos dizer que
não fizeram. A reforma da sede da base em Xerém é um exemplo, assim
como deram poder de voto ao torcedor graças ao programa deles de
captarem novos sócios pela internet. Mesmo assim, AFASTARAM o torcedor
das arquibancadas, montaram times pífios que lutavam para não ser
rebaixado, etc.
Em quase 9 anos no poder, Fluminense ganhou apenas 8 taças, sendo apenas 3 títulos:
2011: Troféu João Saldanha
2012: Taça Guanabara e o campeonato estadual
campeonato brasileiro
2013: Troféu Nova Iguaçú
2014: nada
2015: nada
2016: Primeira Liga
2017: Taça Guanabara
2018: Taça Rio
2019: nada
Na campanha de
Pedro Abad foi prometido inúmeras coisas, como a construção de um
estádio e, principalmente, a conquista da Libertadores da América. Não
foi isso que se viu. O Fluminense sequer chegou nas quartas de final da
Copa do Brasil durante a última gestão. Por conta da pressão nos
bastidores e da torcida, Pedro Abad chegou a antecipar as eleições de
Novembro de 2019 para Junho, terminando assim seu mandato, bem de como
ciclo Flusócio dentro do Fluminense.
Sinceramente, eu acho que a Flusócio não ganha mais nada no Fluminense. Alguns membros do grupo saíram um grupo chamado Pró Flu.
NOTA DA FLUSÓCIO
O grupo Flusócio nasceu na torcida do Fluminense. Seus integrantes consideram que um clube grande e sua torcida dependem um do outro, se alimentam mutuamente. A vontade da torcida é, portanto, soberana e precisa ser respeitada. Justamente em função dessa soberania da torcida que o presidente Pedro Abad decidiu abreviar seu mandato, com a antecipação das eleições de 2019.
Não cabe aqui contar – mais uma vez – a nossa história. Ela já foi contada em livro, ainda que apenas até a assunção de Pedro Abad à presidência, e em inúmeros outros textos disponíveis aqui em nosso site. Talvez devamos, um dia, complementar o livro com esses dois anos e meio de mandato, pois há muitas coisas que o público desconhece. Isso, porém, seria para outro momento. Não é o objetivo deste post. O objetivo, aqui, é comunicar que deliberamos por encerrar nossas atividades como grupo político.
A nossa história como torcedores continuará. Sempre desejamos o Fluminense sustentavelmente forte. Após a perda da duradoura parceria com a Unimed, percebemos que seria um caminho amargo a ser percorrido, de muitas dificuldades. Após três eleições vencidas, é preciso abrir espaço para outros tentarem, pois, persistir, seria agir contra a torcida da qual também sempre fizemos parte. Obviamente houve erros, mas não é hora de dar justificativas; o momento é de atender aos anseios da torcida e desejar muito sucesso aos que nos sucedem. Estaremos sempre torcendo por eles e pelo sucesso do clube.
Permitam-nos, no entanto, a manifestação do desejo de que, com o passar do tempo, os tricolores possam avaliar com mais tranquilidade o legado do grupo político Flusócio e, em particular, do presidente Pedro Abad.
Quando os nossos fundadores entraram para o clube, ganhar um mero estadual ou mesmo voltar para a primeira divisão nacional era ainda um sonho. O Fluminense voltar a ser grande e poderoso era a meta, mas ainda parecia muito distante. E estávamos convictos de que, para isso acontecer, o caminho seria conscientizar e atrair o torcedor tricolor para dentro do quadro social, colegiado que decidia os rumos político e administrativo do clube. A conscientização crescente da torcida pode ser observada pelo interesse nas discussões sobre administração e finanças do nosso clube, temas que, há quinze anos, incrivelmente eram ignorados mesmo sendo eles os principais influenciadores dos resultados de campo.
A maior bandeira da Flusócio, desde seu embrião, sempre foi: – Tricolor, seja sócio! Mote esse que originou o nome do grupo. E hoje, quase vinte anos depois que os primeiros de nós resolveram se associar, está muito claro como o clube evoluiu nesse ponto. Os integrantes mais antigos chegaram a vivenciar um clube em que a maioria dos associados era composta de não-tricolores, ou seja, torcedores de outros clubes davam as cartas políticas nas Laranjeiras. O grupo, ainda na oposição, foi o principal articulador da associação em massa, cujo ápice ocorreu em 2009, no segundo mandato de Roberto Horcades. A realidade do quadro social foi inteiramente modificada, passando a haver maioria de tricolores a partir do movimento de Cidadania Tricolor.
Mais tarde, pela democratização do clube, lutamos fortemente para a criação da categoria sócio futebol, garantindo o seu direito a voto para presidente, diluição de poder que alguns setores do clube não admitiam.
Já no mandato de Peter Siemsen, um dos principais ideais do grupo – a imprescindível formação permanente de talentos –, foi motor propulsor para a reforma total de Xerém, centro de formação de base que hoje é referência nacional tanto em estrutura como em recursos humanos. Esse provavelmente é o mais importante legado do grupo. A gestão Peter também entregou o CT Pedro Antônio, na Barra da Tijuca, para o futebol profissional.
Ainda na gestão Peter Siemsen, que tinha a Flusócio como principal grupo apoiador, o futebol conquistou o título de campeão estadual e campeão brasileiro de 2012. Venceu também a Primeira Liga em 2016.
Certamente nenhum presidente da história do Fluminense sofreu, como Pedro Abad, o massacre diário nesses novos tempos de redes sociais, inclusive com repercussão nos estádios mesmo nas vitórias. No entanto, em meio a tanta dificuldade, sofrendo penhoras da PGFN e de inúmeros outros credores, a gestão Abad quitou mais de R$ 100 milhões em dívidas e obteve uma melhora extremamente significativa no balanço financeiro de 2018 em relação ao ano anterior, entregando o clube próximo da obtenção das CND. Conseguiu reduzir significativamente a folha salarial, que hoje é a metade da de 2017, mantendo um elenco competitivo mesmo neste duro período de reestruturação financeira do clube, demonstrando o que um bom trabalho técnico de prospecção pode gerar. Os próximos mandatos receberão como legado algumas das mais promissoras e vitoriosas gerações de Xerém, com pelo menos seis jogadores convocados recentemente para seleções de base. Deus queira que seus sucessores obtenham muito sucesso onde ele não conseguiu, mantendo o devido cuidado com a sustentabilidade do clube, e que o torcedor tenha serenidade antes de julgá-los.
Na nossa despedida, pedimos apenas que você, tricolor, esteja sempre ao lado do Fluminense. Seja sócio e exerça sua cidadania tricolor independente do que receberá em contrapartida, mas pelo fortalecimento da instituição. É triste quando ouvimos um tricolor dizendo coisas como “não sou sócio porque pra mim não vale a pena”. Esse tricolor está, claro, em seu direito, mas não é desse torcedor que o Fluminense mais carece. O clube precisa de torcedores que se associem simplesmente porque o clube precisa deles. Apenas por amor a essas três cores. O Fluminense foi salvo, no final dos anos 90, por sua torcida. E ele continua precisando dela para se manter forte contra todos os adversários poderosos.
Acolha o Fluminense. Vá sempre aos jogos, empurre o time para as vitórias! Defenda seu clube na internet, nas ruas e nos estádios independente da política. Compre apenas produtos licenciados. Prestigie as empresas parceiras e patrocinadores que investem na marca Fluminense. Jamais esmoreça na atitude de semear o orgulho de ser tricolor nas crianças e jovens de sua família.
O Fluminense precisa de todos nós. Porque o Fluminense somos todos nós.
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