Fonte: Igor Siqueira de  O GLOBO 25/03/2018
O general e 
estrategista chinês Sun Tzu deixou em “A Arte da Guerra” um milenar 
conselho que serve para ser aplicado na campanha que teve como desfecho o
 título do Fluminense na Taça Rio: “A invencibilidade está na defesa. A 
possibilidade de vitória, no ataque”. Deixando no passado a fraca 
campanha na Taça Guanabara (nem às semifinais chegou), o tricolor 
levantou o troféu do segundo turno sem ter perdido um jogo sequer. O 
desafio derradeiro foi contra o Botafogo, que culminou com a vitória por
 3 a 0, no Maracanã. Os gols do campeão da Taça Rio foram de Pedro, 
Marcos Júnior e Jadson.
Na campanha do título do segundo turno, o 
Fluminense mostrou que Sun Tzu tinha dose de razão porque, com uma 
defesa mais aprimorada na formação com três zagueiros, levou só quatro 
gols. Ao mesmo tempo, um ataque eficiente e letal, sem a necessidade de 
criar muitas oportunidades (principalmente nos clássicos), balançou as 
redes 17 vezes.Mas a “guerra" não acabou para nenhum dos quatro grandes 
do Rio. Com a conquista tricolor, o Fluminense enfrentará o Vasco, na 
quinta-feira, em uma das semifinais do Estadual. O Flu, assim como o 
Flamengo — adversário do Botafogo, quarta-feira —, tem a vantagem do 
empate.A final da Taça Rio foi um jogo rico, especialmente no primeiro 
tempo, no qual a teoria de Sun Tzu ganhou, especialmente neste jogo, o 
ingrediente da sorte a favor do Flu. Sorte porque o Botafogo foi muito 
ineficaz nas várias chances que teve para balançar as redes. O 
alvinegro, ao ter espaço na defesa do Flu, contou com um “luxo” ao qual o
 Flamengo não teve acesso quando no clássico pela semifinal do returno.
A
 etapa inicial teve um caminhão de chances alvinegras e de diversas 
formas: de longe, dentro da grande área, quase na marca do pênalti, de 
cabeça, com liberdade. As linhas deste texto não comportam a descrição 
de uma a uma, mas vale ressaltar a participação decisiva do goleiro 
Júlio César em pelo menos três das chances claras de gol do Botafogo.
No
 outro lado do campo, o Fluminense colocou em prática a eficiência 
ofensiva valorizada por qualquer estrategista que se preze. Se o 
tricolor teve, no máximo duas chances claras de gol na etapa inicial, 
foi muito. Mas uma delas teve a conclusão certeira de Pedro. Jefferson 
chegou a tocar na bola, mas não impediu o gol. Quem merece muito crédito
 pelo lance é o lateral-esquerdo Ayrton Lucas. O vigoroso jogador é uma 
das revelações e boas surpresas do limitado elenco tricolor. Foi dele o 
ímpeto para romper as linhas rivais e, contando com a ajuda de Sornoza, 
deixar Pedro na cara do gol.No entanto, como admitiu o próprio atacante 
tricolor, a vida ainda não estava tão fácil.— Estamos ganhando jogo, mas
 estamos tomando pressão do Botafogo — disse Pedro, ao sair para o 
intervalo.
GOLPE FINAL
Apesar dos 
sustos sofridos no primeiro tempo, a eficácia tricolor deu as caras 
novamente no segundo tempo. O primoroso passe de peito do Pedro (isso 
não é um trava-língua) deixou Marcos Júnior em ótimas condições para 
fazer o segundo gol. O atacante apelidado de Kuririn, um personagem do 
desenho animado Dragon Ball, mostrou o poder do “Kamehameha" (o golpe 
mais famoso do anime) e, assim como Pedro, chegou ao sexto gol no 
Estadual.O título já estava encaminhado com o 2 a 0, mas ainda houve 
outra mostra clara do peso de ser eficiente na defesa e letal no ataque.
 Já aos 45 minutos, Júlio César fez grande defesa em um chute de Luiz 
Fernando. Na sequência da jogada, o contra-ataque tricolor culminou com o
 gol de Jadson, o terceiro da tarde.
— O Fla-Flu já 
tinha sido especial. Hoje não foi diferente. Foi um grande jogo. O 
Botafogo mostrou que é uma grande equipe, mas o forte do nosso grupo é a
 união. Batalhamos até o final — comentou o goleiro campeão da Taça Rio.
FLUMINENSE 3 X 0 BOTAFOGO
Data e hora: 25/03/2018, às 16h (horário de Brasília)
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo
Auxiliares: Thiago Henrique Corrêa Farinha e Carlos Henrique Alves
Cartões amarelo: Richard, Marcos Jr (FLU) Marcelo, Rodrigo Lindoso, Moisés (BOT)
Gols: Pedro, aos 12min do primeiro tempo; Marcos Jr, aos 11min do segundo tempo;
Fluminense
Julio
 César; Renato Chaves, Gum e Ibañez; Gilberto (Léo) Richard, Jadson, 
Sornoza (Douglas) e Ayrton; Marcos Júnior (Pablo Dyego) e Pedro
Técnico: Abel Braga
Botafogo
Jefferson;
 Marcinho (Luis Ricardo)Marcelo Benevenuto, Igor Rabello e Moisés; 
Marcelo (Rodrigo Pimpão), Rodrigo Lindoso, Marcos Vinicius (Renatinho) e
 Léo Valência; Luiz Fernando e Brenner
Técnico: Alberto Valentim


